Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos “emocional”.
Iansã, em seu primeiro elemento é ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o polo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas.
Observem que Iansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o Orixá que ocupa o polo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em seu segundo elemento ela polariza com Xangô e atua como o polo ativo da linha da Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.
Na linha da Justiça, Iansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.
Iansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.
As energias irradiadas por Iansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações.
Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
Sete atuam junto aos polos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos polos positivos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da Orixá Planetária Iansã.
São vinte e uma Orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.
Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe Iansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade.
Iansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde serão esgotados. Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é necessário. E isto o Tempo faz muito bem!
Já Iansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua no polo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do Orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do campo santo.
Mas também são muito conhecidas as Iansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (Iansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos:
• uma Iansã do Ar;
• uma Iansã Cristalina;
• uma lansã Mineral;
• uma Iansã Vegetal;
• uma lansã Ígnea;
• uma lansã Telúrica;
• uma lansã Aquática.
Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma ideia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.
O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e consciências desordenadas!
Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a “Senhora dos Ventos”.
As Filhas de Iansã*
As filhas de Iansã são emotivas e se não se impõem, revoltam-se e abandonam quem não submete-se a elas e logo estão estabelecendo novas ligações...onde se imporão;
As filhas de Iansã, no negativo, são apaixonadas, bravas, emotivas, de pavio curto, falantes, briguentas, intolerantes, não perdoam quem as magoa e são explosivas. Já no positivo, são envolventes, risonhas, alegres, amorosas, mas sem pieguice, possessivas com os seus, amigas e expeditas, ágeis no pensar e no falar, objetivas, lutadoras e líderes natas;
As filhas de Iansã apreciam festas, pessoas falantes e alegres, ambientes alegres e multicoloridos, viagens a passeio, homens envolventes, trabalhos agitados. Não apreciam homens introvertidos, reuniões monótonas, amizades egoístas, ambientes conservadores, trabalhos ou deveres monótonos, comidas pesadas, roupas sóbrias, a “prisão” da vida doméstica, a repetição das mesmas coisas no seu dia-a-dia;
Bem, vamos parar por aqui, senão continuaremos a listar características cada vez mais íntimas das filhas de Iansã.
Podemos acrescentar apenas que as filhas de Iansã são muito seletivas e só se apaixonam de fato se o homem for muito envolvente. Do contrário, assim como os atrai os dispensa com uma rapidez impressionante.
Saibam que:
- na Astrologia, as filhas de Iansã são regidas pelo Sol;
- na Numerologia, Iansã é o número 13;
- nos elementos, Iansã é o vendaval, que desaba e a ventania que faz tudo balançar;
- na irradiação da Lei, Iansã é a Lei atuando no sentido de redirecionar os seres que se desequilibraram;
- na fé, Iansã é a novidade que a renova na mente e no coração dos seres;
- na vida, Iansã é a busca de melhores condições de vida para os seres;
- na criação divina, Iansã é a busca de adaptação do ser ao meio onde vive.
FONTE: Texto extraído do livro “Gênese Divina de Umbanda Sagrada”, de Rubens Saraceni.
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