quarta-feira, 6 de abril de 2016

XANGÔ


QUEM FOI QUE DISSE QUE EU NÃO SOU FILHO DE XANGÔ? ELE MOSTRA A VERDADE, ELE ATIRA UMA PEDRA ELA VIRA UMA FLOR!

Xangô, por ser unigênito e ter sido gerado em Deus, é em si mesmo a Justiça Divina que purifica nossos sentimentos com sua irradiação incandescente, abrasadora e consumidora das emotividades.

Mas Xangô, como qualidade Divina, está na própria gênese das coisas como força coesiva que dá sustentação à forma que cada agregado assume, ou seja, Ele está na própria natureza das coisas como o próprio equilíbrio, pois só assim ela não deixa de ser como é. Ele tanto é o ponto de equilíbrio que dá sustentação à estrutura atômica de um átomo como é a força equilibradora do Universo e de tudo o que nele existe, seja animado ou inanimado.

Xangô, por ser uma Divindade gerada em Deus, também gera em si a qualidade na qual foi gerado. Mas ele também gera de si essa sua qualidade equilibradora e a transmite a tudo e a todos.

Quem absorvê-la torna-se racional, ajuizado e ótimo equilibrador, tanto dos que vivem à sua volta como do próprio meio em que vive. Um juiz é um exemplo bem característico dessa qualidade equilibradora irradiada por Xangô, e não importa que o juiz seja um “filho” de outro Orixá, pois a manifestará naturalmente, já que a justiça humana é a concretização da Justiça Divina no plano material.

“Um juiz não consegue dissociar-se da qualidade da justiça, à qual serve com toda a sua capacidade mental e intelectual, mas nunca emotivamente, pois é um racionalista nato”.

Saibam que essa qualidade equilibradora está presente em todos os processos divinos (criação e geração). Por isso, assim que algo alcança seu ponto de equilíbrio, o processo criador ou gerador é paralisado e o que foi criado ou gerado estabiliza-se e adquire uma definição só sua, que o qualificará dalí em diante.

Com isso explicado, então entendemos a importância que tem essa qualidade divina, que na Umbanda a vemos nos procedimentos retos, justos e ajuizados os caboclos de Xangô, Orixá da Justiça Divina, da razão e do equilíbrio. Por isso, quando evocamos a presença dele, só o fazemos se for para devolver o equilíbrio e a razão aos seres com procedimentos desequilibrados e emocionados, ou para clamar pela Justiça Divina, que atuará em nossa vida anulando demandas cármicas, magias negras, etc., devolvendo-nos a paz, harmonia e equilíbrio mental, emocional, racional e até nossa saúde, pois para estarmos saudáveis devemos ficar em equilíbrio vibratório também no corpo físico.

Observem que o equilíbrio proporcionado por Xangô não se limita só a um aspecto de nossa vida, já que ele, enquanto qualidade equilibradora, está em todos.

Xangô é o Orixá de Deus gerador e irradiador do fator equilibrador, mas o limitamos quando deixamos de recorrer ele para ajudar em todos os aspectos e só o fazemos para anular demanda ou impor a Justiça Divina na vida dos seres desequilibrados.

Mas sempre que a Justiça Divina é ativada, tanto seu pólo positivo quanto o negativo são ativados, e aí surge Iansã, Regente da Lei nos campos da Justiça. 

Iansã é a Divindade da Lei cuja natureza eólica expande o fogo de Xangôe assim que o ser é purificado de seus vícios ela entra em sua vida, redirecionando-o e conduzindo-o a outro campo no qual retomará sua evolução.

Saibam que uma das qualidades de Deus é o direcionamento que está presente e ativo em tudo o que ele gera e cria.

É nessa sua qualidade direcionadora de tudo e o que existe, tanto animado quanto inanimado, que ele gerou Iansã.

Então Iansã é unigênita porque é em si mesma essa qualidade do Divino Criador, que a gerou em Si e a tornou essa sua qualidade divina.

Iansã, como qualidade de Deus, está em tudo e todos e é o poder que direciona a fé (Oxalá), a justiça (Xangô), a evolução (Obaluaiê), a geração (Iemanjá), a agregação (Oxum), a lei (Ogum).

Ogum é a Lei, a via reta, mas Iansã é o próprio sentido de direção da Lei, pois ela é um mistério que só entra na vida de um ser caso a direção que este esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei Maior (Ogum).

Por isso ela não depende de nós para atuar em nossa vida. Basta “errarmos” para que sua qualidade divina nos envolva numa de suas espirais, impondo-nos um giro completo e transformador de nossos sentimentos viciados. Com isso ela nos coloca novamente no caminho reto da vida ou nos lança no Tempo, onde nossa religiosidade desvirtuada será paralisada e esgotada em pouco tempo.

Sua atuação é cósmica, ativa, mobilizadora e direcionadora. Mas não é inconseqüente ou emotiva porque ela é o sentido da Lei, que não é apenas punidora, mas também direcionadora.

Xangô paralisa e purifica; Iansã movimenta e direciona.

São Orixás que formam quarta irradiação divina porque suas qualidades e elementos se complementam.

Resumidamente: podemos definir Xangô e Iansã da seguinte forma:

•  Xangô é o fogo que nos purifica de nossos próprios vícios emocionais, reequilibrando-nos.

•  Iansã é o ar que areja nosso emocional e nos proporciona um novo sentido da vida e uma nova direção ou meio de vida. 

Um comentário:

  1. Que delícia ler este texto!!!!
    Acordei hj pedindo equilíbrio para Xangô e mudanças para Iansã.
    Na sintonia....

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