MÃE E FILHA

Mãe!! Não deixe seu porão para que tua filha limpe.

Ninguém dá importância a uma coisa sem primeiro compreender o seu valor.

Entre mãe e filha há muitos mundos… O da paixão, da fusão, o do amor, do afeto, da amizade, da delicadeza, da realização, da continuidade, do resgate, o dos carinhos, o da beleza, etc. Há também o da rivalidade, da cobrança, do conflito, da inveja, da disputa, da dependência e o da independência.

Gravidez

No momento que a mulher descobre que está grávida de um bebê do sexo feminino, ela revive  seus primeiros desejos despertados pela identificação materna. Quer ser mãe como sua mãe. Prova disso é brincar de ser mãe, uma das mais tradicionais brincadeiras das crianças do sexo feminino.

Dupla mãe e filha.

Cada dupla de mãe e filha é uma reedição da dupla anterior, se não houve nenhum trabalho de elaboração dos conflitos e das dificuldades. Ficando claro que as gerações transmitem seus conflitos psíquicos.

Como isso ocorre?

O que rejeitamos em nós mesmos, aqueles sentimentos, que temos, mas, não aceitamos, por isso negamos, podem  encontrar, em nossos filhos, um terreno fértil.

Um filho, é, em parte, e principalmente no início da vida, uma extensão de nós mesmos, é um projeto de continuidade…

Importância da maturidade dos pais.

Se os pais têm maturidade psíquica para reconhecer no filho um outro, diferente deles mesmos, as fronteiras psíquicas entre pais e filhos podem representar uma importante função na qualidade desse relacionamento.

Fronteiras psíquicas

As relações familiares tendem a ser mais difíceis pela ausência de fronteiras e de reconhecimento de diferenças.

Pais com dificuldades emocionais sérias tendem  a dispor dos filhos como extensões deles mesmos, para o melhor ou para o pior.

Ex.: Diante do sucesso do filho: “este é meu filho”. Diante do fracasso: “nem parece meu filho”.

Um porão entulhado

Se o nosso porão esta entulhado de coisas, a filha ou o filho, pode ter que assumir a tarefa do que esta ali alienado.

Um filho pode assumir a tarefa de reparar a mente disfuncional da mãe para que ela seja uma mãe “suficientemente boa”.

Quanto mais disfuncional for a mãe, maiores dificuldades haverá na relação mãe filha.

Quanto mais uma mulher se  dispõe a reconhecer suas dificuldades, seus fracassos, seus erros, suas perdas, seus limites, maior a chance  não precise se ocupar do que não lhe diz respeito e seja reconhecida como uma outra pessoa e não como uma continuidade da mãe.

Todo filho precisa ser arrancada dos laços estabelecidos, a função paterna é separar corpo imaginário da mãe.

Psicólogo Edson de Assis - http://www.edsondeassis.com.br