quarta-feira, 31 de outubro de 2012

MEU RITUAL INICIAL


Meninas hoje eu pretendo realizar um ritual de firmeza para exú e estava aqui esquematizando tudo, acabando de elaborar uns detalhes e umas intuições ótimas me vieram e dentro destas imtuições, um ritual inicial que eu achei muito interessante e gostoso de sentir e fazer.
Usei uma vela roxa e uma vela rosa para este primeiro ritual.

Vela Roxa - Energia: Mediunidade, Transformação.
Setores atuantes: Comunicação Espiritual, Transformação mental.

Ideal para aumentar seu poder e força espiritual. Favorece a liberdade e tem o poder de transmutar o ódio em amorou transformar o negativo em positivo. Violeta é a cor da espiritualidade e a cor de Saint Germain, mestre ascensionado da Chama Violeta que auxilia na queima do karma.
Ligada ao chakra do fogo, ajuda na purificação de nosso ser. Ela aumenta a nossa capacidade de sacrifício e a perseverança. Esta vela simboliza as manifestações psíquicas, cura, poder, sucesso idealismo, progresso, proteção, afastamento do mal, contato com entidades astrais, energia de Netuno. Auxiliar para que as pessoas se livrem de diversos tipos de vícios: cigarro, álcool, drogas, fármacos e as depressões suicidas induzidas por este tipo de dependência. Realização de desejos íntimos. Dia da semana; Quarta-feira.

Vela Rosa - Energia: Angélica. Setores atuantes: Anjos, crianças, sentimentos nobres. Se o tipo de auxilio objetivar os relacionamentos afetivos, favorece o romance, a amizade, feminilidade, honra, o despertar Espiritual, harmonia. Cura de Espírito e Comunhão. Para encontrar a alma gêmea, e sempre que desejar dirigir bons fluidos a alguém. Pode também favorecer, a proximidade com outra pessoa. Por estar muito ligada às forças do coração, esta vela atrai seres e forças ligados a este plano sutil. A vela rosa simboliza o amor incondicional e as relações regidas por afeto intenso. Provoca a atração e desperta à sensibilidade e os sentimentos nobres e puros. Evita a depressão. Dia da semana: qualquer dia.

Bem eu utilizei estas velas da seguinte forma, acendi primeiro a roxa, louvando a toda a espiritualidade, a cada energia (orixá), somente AGRADECENDO pela proteção, intuição, direcionamento, pedindo somente no sentido que este elo energético seja renovado continuamente e que toda energia contrária e negativa que surja como impedimento a isto seja transmutada e transformada em amor. Senti uma vibração muito gostosa e acendi um incenso de limpeza.
Depois acendi a vela rosa e imaginei meu coração como este ai da foto, depois peguei ele na mão assim como esta ai e o ofertei para o mundo compartilhando amor e pedindo que toda esta energia possa ser ampliada ao universo, me sentindo integrada a ela, acendi um incenso de rosas brancas.

É um ritual que traz muita paz e uma expansão muito boa desta energia do amor, se alguma de vcs tiverem oportunidade de realizar hoje seria muito bom e eu não poderia deixar de compartilhar aqui!

BOM DIA!

Bom dia bruxinhas e bruxinhos!

Esta bruxinha linda vem enfeitar o nosso cantinho iluminado!
Como tudo que lida com magia, cada elemento desta bruxinha tem um significado muito especial que podemos aplicar não só no  dia de hoje, como em  todos nossos dias, visto que somos todos bruxos e que cada um de nós é  responsável pela maior magia que podemos fazer! Nossa magia pessoal!
O chapéu em forma de cone, serve para que nos afinemos com as energias espirituais superiores, a vassoura varre tudo de maléfico que está a nossa volta, limpa as energias baixas.
Aqui neste nosso blog temos ainda, mais um elemento muito ativo, que é o oráculo, neste caso específico, as cartas, que nos conduzem a uma mensagem cifrada em símbolos. Amo nossas cartinhas mágicas e com elas é que estabeleço a minha magia. Então meninas, vamos usar esta vassoura HOJE, mais especificamente, para varrer de nosso campo energético tudo que possa estar atrapalhando nossa caminhada evolutiva, se usarmos esta vassourinha sabiamente em nossa mente, isto será refletido no campo físico de uma maneira muito efetiva! Vamos varrendooooo....

Beijos para todas as bruxinhas e bruxinhos que encantam este blog!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

BRUXETE BASTANTE OBSERVADORA

Oi Cigana, estava olhando a vela que criou mais pavios, vi algo bem interresante, se me permite, nelas.
Se olhar com cuidado na cera que escorreu ao pé dela.. aparece o corpo de uma mulher, parece ser mulher deitada com os braços possivelmente presos.. na 1 imagem que voce publica de cima para baixo nao da para ver direito .. mas na 3 ja se ve os braços erguidos  para o alto, como se fosse alguem amarrado escorrendo por algo..isso se repete na outra a seguir e na 5 imagem aparece um corpo caido é possivel ver as pernas, um pouco curvadas...como se alguém estivesse deitado, recostado na vela , na imagem logo abaixo se ve de novo os braços presos ao alto e se forma uma cabeça olhando para baixo mandei duas imagens que parecem com o que pode-se ver na cera da vela...

bjs





Realmente olhei mais atentamente e vi que vc tem razão, agora tenho que analisar com muito cuidado o que isto está querendo mostrar, se o meu aprisionamento, o dela, uma amarração (a dela ou a minha? - já que ambas fizemos) feita para ele, enfim, o jogo com certeza vai poder me ajudar a decifrar isto, mas na cera da vela eu vi claramente as pernas da mulher e os seios e ela com os braços suspensos sim! Menina vc esta de parabéns, nota dez!!! Mas convenhamos esta segumda imagem que vc enviou se parece com uma pombagira, ai ai ... lá vou eu ter que jogar com as cartas dela prá decifrar o que isto tá querendo mostrar, como acendi pra Cigana do Egito assim que puder pego as cartinhas dela e analiso melhor! MUITO OBRIGADA pela sua percepção, já me acrescentou um dado a mais!!

O PAVIO QUE TRIPLICOU!

Olha meninas, depois da descoberta que eu fiz ontem, não poderia deixar de postar isto aqui, pois acredito firmemente que foi um "aviso" que eu não consegui captar de imediato. No domingo a noite eu acendi uma vela pro traste, pedindo pra ciganinha do egito noticias dele, escrevi o nome dele na vela, o meu encima, untei com a essência da cigana que eu tenho aqui, acendi mentalizando ter noticias dele, só isto. Daqui a pouco eu estou distraída e vejo um clarão  na vela, fui lá ver e do nada tinham dois pavios! E aí eu tive um instinto, peguei a máquina e fiquei lá na frente da vela observando a queima e conversando com as salamandras. Daí a pouco do nada, o pavio se enroscou formou um circulo e novamente caiu um pedaço do pavio e se formou uma nova chama e ficaram três pavios, primeiro o terceiro pavio só se fixou na vela quando caiu, as duas chamas se mantiveram até que houve uma terceira e a chama ficou bem alta. O pacote de velas já está quase no final, usei todas e em nenhuma delas aconteceu nada parecido. Eu pensei inicialmente, três pavios? Provavelmente uma terceira pessoa entre nós, a tal que está macumbando prá ter ele de volta, a notícia já veio, porém para meu espanto ainda viria, muito mais ampla, concreta e firme, com a descoberta que fiz ontem! AMO AMO AMO MUITO TUDO ISTO VIU! Viva minha ciganinha linda!

 Quando cheguei no altar as chamas estavam assim.

O segundo pavio caiu e ficou fixado do lado.

 Esta foto ficou mara! O momento "exato" onde o pavio despenca para formar o terceiro pedaço, aqui ele caindo...

E se fixa o terceiro pedaço na vela.

Mesmo com o terceiro pedaço fixado, as duas chamas se mantem.
NOSSA PAM COMO ISTO ME PASSOU COMPLETAMENTE DESAPERCEBIDO, TEM SIM COMO VER TOTALMENTE A MULHER NESTA FOTO!

Só depois que a terceira chama aparece...

O terceiro pavio no "meio" dos outros dois, tambem achei isto bem sugestivo...


Até ficar alta!!

Mistérios da ciganada, AMO os sinais das velas, eu babo observando elas queimarem! Saudações as SALAMANDRAS! DIVINOS ELEMENTAIS DO FOGO! Sabem o que eu achei mais curioso de tudo? O pavio que despencou parece ter se materializado, observem as fotos, os dois pavios estavam em tamanho idêntico, de onde veio este pedaço que "caiu", kkkkkkkkkkk.....

OBA... PRESENTES!




Meninas, como eu divido tudo com vcs, tinha que dividir também esta alegria!
Ganhei da nossa amiga PODEROSA, estas lindas bonequinhas ciganas de pano (a amarela é prá minha filha, e a outra é minha), um lenço lindo de viver com as moedinhas do Egito e uns doces que eu já distribui, ela quer me deixar mais gorda do que já tô! Ai ai não dá pra resistir viu eu amo doces e só de covardia ela me manda uma caixa de doce de buriti, um saco com doces de cajus cristalizados e um de castanhas de caju... (na verdade foram dois de cada, um de cada prá mim e prá minha filha!) estão servidas? rs
AMIGA MUITO OBRIGADA, AMEI TUDO!!

SALVE OGUM!


PRECE AO PODEROSO ORIXÁ OGUM

Pai, que minhas palavras e pensamentos cheguem até vós, em forma de prece, e que sejam ouvidas. Que esta prece corra mundo e universo, e chegue até os necessitados em forma de conforto para as suas dores. Que corra os quatro cantos da Terra e chegue aos ouvidos dos meus inimigos, em forma de brado de advertência de um filho de Ogum, que sou e nada temo, pois sei que a covardia não muda o destino. Ogum, padroeiro dos agricultores e lavradores, fazei com que minhas ações sejam sempre férteis como o trigo que cresce e alimenta a humanidade, nas suas ceias espirituais, para que todos saibam que sou teu filho. Ogum, senhor das estradas, fazei de mim um verdadeiro andarilho, que eu seja sempre um fiel caminheiro seguidor do teu exército, e que nas minhas caminhadas só haja vitórias. Que, mesmo quando aparantemente derrotado, eu seja um vitorioso, pois nós, os vossos filhos conhecemos a luta, como esta que travo agora, embora sabendo que é só o começo, mas tendo o Senhor como meu pai, minha vitória será certa. Ogum, meu grande pai e protetor, fazei com que o meu dia de amanhã seja tão bom como o de ontem e hoje, que minhas estradas sejam sempre abertas, que eu trabalhe para que no meu jardim só haja flores, que meus pensamentos sejam sempre bons e que aqueles que me procuram consigam sempre remédios para seus males. Ogum, vencedor de demandas, que todos aqueles que cruzarem a minha estrada, cruzem com o propósito de engrandecer cada vez mais a Ordem dos Cavaleiros de Ogum. Pai, daí luz aos meus inimigos, pois eles me perseguem porque vivem nas trevas, e na realidade só perseguem a luz que vós me destes. Senhor, livrai-me das pragas, das doenças, das pestes, dos olhos-grandes, da inveja, das mentiras e da vaidade que só leva a destruição. E que todos aqueles que ouvirem esta prece, e também aqueles que a tiverem em seu poder, estejam livres das maldades do mundo. 

Ogum Iê
Saravá Ogum.

Fonte: Orações Umbandistas de todos os tempos/Compilação de Ernesto Santana:Ed Pallas, 2004 

NOTÍCIAS DO TRASTE!

Meninas  não resisti à colar esta tirinha aqui! kkkkkkkk


Não tive notícias diretamente do traste, porém tive notícia de uma coisa MUITO melhor! Vcs se lembram, daquela filha da puta que andou me magiando? Pois é, POR ACASO, eu descobri o nome completo dela e de quebra ganhei uma fotinho para retribuir a extrema gentileza! O babado é forte viu meninas! Joguei encima da foto da moça que se acha esperta, e vi que foi mais uma que o traste enganou, ele frequentou a casa dela, ganhou a confiança e o $ da moça (que pelo jeito não foi pouco pois ela se sente lesada, roubada), prometeu casamento (ele é hilário), e depois sumiu, e a moça como é frequentadora de um bate bumbo achou que o merda sumiu por minha causa (tá digamos que foi um POUQUINHO POR MINHA CAUSA, RS) e não pq ele é um cafajeste de quinta! E com isto resolveu me macumbar para ter o "marido" dela de volta"! kkkkkkk A única coisa que eu tenho certeza de que ela vai ter de volta é a macumba que ela me enviou! De resto só Jesus na causa viu, e eu não descobri uma só que o moço enganou não, descobri duas de uma vez, só que a outra era inofensiva, pobre, não tinha nada para oferecer e esta não é a praia do traste, ele usou um pouquinho e largou, ele quer alguem em quem possa encostar, que tenha casa, carro pra ele passear, enfim, e ele chega dando uma de sou seu macho vim prá tomar conta de vc, coisa que ele não faz mesmo, no máximo se vc deixar ele toma conta da sua casa e da sua carteira, mas para a mulher ele só dá um cala boca inicial e depois relaxa! A coitada acha que vai ter o traste de volta e o $ também, muito iludida viu! Esta aí pra quem frequenta uma macumba tá muito fraquinha! Eu ganhei a semana com esta descoberta! Já tenho muito com o que me "divertir!!

BOM DIA!


Bom dia!

Que nada nos limite!
Que nada nos amedronte!
Que saibamos buscar dentro de nós a foça para superarmos todos os nossos obstáculos!
Que a nossa fé seja nossa arma maior para efetuarmos todas as mudanças necessárias na nossa vida!

Que a nossa terça feira seja um dia muito iluminado!

OPTCHA!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

" A FÉ NÃO É SOMENTE UM SENTIMENTO, É UM PORTAL DE COMUNICAÇÃO"

POR FAVOR ME AJUDE




Oi Rosa Madalena!
Estou com um problema, meu marido arranjou uma amante depois de 35 anos de casados. Saiu de casa viveu um ano com ela.
Voltou pois eu estava me suicidando aos poucos, foi um ano de depressão.
Perdi 35 Kgs, não comia, não tomava banho, só dormia e chorava.
Minha filha ficou muito preocupada comigo, pois ela mora distante e não tinha ninguém para estar comigo nestes dias horríveis que passei só minha neta  que me aturou esse tempo todo.
Essa mulher desestruturou minha família toda, minha neta está com psiquiatra.
Ela mora aqui perto de mim, se conheceram (ela me conhecia e sabia que nós éramos casados) e ela começou a pedir carona a ele e foi assim que td começou.
Depois de um ano minha filha então ligou para meu marido, pedindo para vir me ver, pois estava preocupada porque eu já tinha tido muito antes, 3 pneumonias. Ele sempre vinha aqui, perdoei-o, cheguei a perdoa-la, almoçamos juntos. Mas era um suplício vê-los juntos, fiz das tripas coração, pois o amo muito.
Ele acabou voltando pra casa. Mas pensa muito nela.
Ele diz que ela não quer mais nada com ele, mas o pensamento dele é nela.
Quando ele estava com ela, disse que só pensava em mim, sozinha com minha neta aqui em casa. 
Vou  para o Rio e ele disse que vai comigo. Será?
Me ajude por favor.
Desde já agradeço.
Abraços,


Olá amiga!

Olha eu entendo seu pesar e sua dificuldade em lidar com a situação, mas seu caso é mais comum do que vc imagina. Muitos homens caem no mesmo erro do seu marido e buscam aventura à uma certa altura da vida, como meio de satisfazer seu ego e seu lado sexual, querendo voltar em um tempo e se iludindo com uma promessa de novidade, eles se apaixonam não pela pessoa que está ao lado, mas sim pela expectativa, pela novidade, pela busca de algo que não julgam mais serem capazes de conseguir. É uma espécie de encantamento, mas não é amor, não é um sentimento que alimente a alma, só alimenta o ego, é ilusão. Por isto e já que depois deste deslize, mesmo ele não tendo consciência ainda do quanto ele foi tolo (e talvez nunca vá ter!), se vc conseguiu perdoar e aceitar de volta, o melhor que vc tem a fazer é procurar conviver com ele de forma harmoniosa e deixar este fantasma de lado. Não valorize tanto assim a presença desta mulher nem alimente este fantasma entre vcs dois. Procure tirar esta mágoa do coração e tente recuperar sua alegria de viver. Pode ser bastante difícil, mas só vc pode mudar esta sua situação. Eu vejo uma pessoa assim, como uma criança fazendo besteira e não adianta julgar a situação eternamente e sim ver o que pode fazer realmente para consertar isto e esta capacidade só existe dentro de vc.
Vamos ver o que o jogo mostra:
Eu vou fazer aqui uma mandala com o tarô dos orixás, a primeira que eu vou colocar no blog com este tarô:


Casa 1  (Oxalá) : Características do consulente, intenção ou projetos.

Esta carta é linda e mostra oxalá abençoando um casal, dando um sopro de vida e de energia, exemplifica bençãos sobre um relacionamento e sobre a sua energia pessoal, revigora, cura restaura e nesta casa te diz que vc tem todos os meios necessários para conquistar tudo que vc quer e conta com a proteção astral para tudo que se proponha a fazer, tendo consciência desta energia atuante na sua vida, tem que ter muita sabedoria para lidar com a sua atual situação. Vc com certeza vem pedindo ao universo que seu casamento se restaure e vai obter o que deseja, pois tudo está conspirando a favor. Esta carta simboliza sucesso e vitória. Estas são as suas aspirações.

Casa 2 (Exù) : Finanças, ganhos e despesas.

Esta carta nesta casa mostra gastos excessivos e alerta para tomar cuidado com negociações que podem ter preju[izos, mostra ambição, procure se equilibrar e agir com razão para melhorar seu estado financeiro, pense e pondere qual e melhor alternativa. Aqui sugere renovação e tudo tende a melhorar nesta área, só sinaliza para tomar cuidado com excessos. Mensagem: Cuidado para não valorizar o materialismo e agir somente visando seu lado material, não seja dominado pelo dinheiro nem pela matéria, valorize mais o lado pessoal do que o material ou encontre um equilíbrio entre os dois, mas não se deixe possuir pelo dinheiro, posição, status.

Casa 3 ( Oxumaré) : Amigos, irmãos e pequenas viagens

Esta carta mostra um momento de decisão, onde tudo na sua vida tende a mudar. Pede que faça as suas escolhas com responsabilidade e pese bem o que quer, deixando para trás tudo que fôr de negativo, principalmente do que possa trazer dentro de si que te limite, mostra aqui um triângulo amoroso e uma indecisão, mas vc deve fazer suas escolhas baseadas na razão e no equilibrio, a decisão tem q ser tomada em conjunto, mas acredito que o resultado vai ser satisfatório, vamos ver o que sai nas outras cartas, apesar de mostrar uma indecisão e um triângulo amoroso, mostra capacidade de recuperação.

Casa 4 (Xangô Agodô) : Familia, origem.

Esta carta reflete um grande caos interno. Que vc está em uma fase  muito negativa, onde não consegue valorizar nada do que possa te acontecer, enxerga tudo de cabeça para baixo, quando na verdade vc deveria valorizar as suas conquistas, mesmo que sejam poucas elas existem e vc está se esquecendo de si  mesma e de tudo a sua volta, aqui demonstra um masoquismo, o querer alimentar o sofrer, o se fazer de vítima. No seu lado sentimental que é o que está sendo mostrado aqui, mostra esta sua retomada do casamento como algo que não te traz satisfação, vc não consegue enxergar nada de positivo a sua volta, tem que transformar isto com URGÊNCIA! As coisas só vão começar a acontecer positivamente para vc quando conseguir se livrar disto. Mostra também que precisa de ajuda psicológica para sair deste estágio, pois está absorta demais em pensamentos negativos e precisa de ajuda, não vai conseguir sair disto tão cedo se não houver intercessão de alguém que possa lhe auxiliar neste sentido, pois no momento vc está imersa demais nesta onda negativa e precisa realmente de ajuda. Aqui mostra um grande desequilíbrio emocional. (Esta ajuda tem que começar com uma consciência interna, mas não poupe esforços para isto, do ponto de vista energético eu posso te auxilar, mas seria excelente se vc procurasse uma ajuda psicológica, para sair desta tendência que vc se encontra!)

Casa 5 ( Xangô Aganju) : Prazeres, aventuras, filhos e artes.

Aqui mostra que está faltando tato para lidar com as situações a sua volta. Mostra uma "secura" sua, que está se expandindo para todos ao seu redor, e te convida a refletir e pesar o que vc quer realmente para a sua vida, pois aqui aparece uma balança, pese o que te serve, mas se quer algo alimente o lado positivo da vida e dos relacionamentos, pois será julgada com a mesma severidade que julga, está se podando sem necessidade, usando seu pior lado como defesa deste momento que está atravessando, procure ser mais receptiva, senão corre o risco de perder tudo, embora o universo esteja conspirando a seu favor, vc não está sabendo valorizar isto, está muito fechada. Seja mais receptiva e carinhosa, não dê só o seu lado áspero para as pessoas, procure se superar.

Casa 6 ( Oxossi) : Profissão, trabalho e saúde.

Aqui enfatiza a busca de ajuda médica na área da mente, que possa te ajudar a ampliar seus horizontes, mostra vc muito carente de apoio espiritual, mas na área física vc precisa mesmo se ajuda psicológica e de se entender melhor e entender as suas limitações, mostra um interior muito conturbado e a sua tendência a exteriorizar isto de modo errado. Se policie, se cuide e procure ajuda urgente, só vc pode mudar esta situação. As outras áreas só serão ativadas depois que vc resolver esta pendência interna consigo mesma. Resumo: vc está perdida, sem rumo nenhum, só vai achar a solução para tudo que está a sua volta depois que analisar melhor o que esta ocorrendo neste momento dentro de vc.

Casa 7 (Oduduwa) : Associações, contratos e casamentos.

Aqui está mostrando rompimento de falsa situação. Indica que é bastante provável que esta separação seja realizada, e o que vc tem que valorizar de fato é o bem estar dos dois, das pessoas envolvidas, mas o peso maior está em vc, se quiser realmente refazer este casamento vai ter que se adequar as situações, mas aqui mostra um raio atingindo este relacionamento e fazendo tudo desmoronar totalmente, este raio muito provavelmente foi alguma atitude impensada, algo feito em um momento de fúria, onde o peso do negativo chegou ao máximo. Aqui mostra dissolução deste casamento.

Casa 8 (Babalorixá) : Lado oculto, mudanças, transmutação.

Eu vou jogar a parte encima desta casa para ver se existe algum trabalho feito, não sei se vc anda procurando algum trabalho espiritual para refazer este relacionamento, mas é bem provável que sim. Olha joguei o baralho cigano encima desta casa, pois me pareceu que vc pudesse ter encomendado algum trabalho espiritual, mas não confirmou isto não, no máximo mostrou a sua filha como sendo no momento de hoje, a intermediária por um mínimo de equilíbrio espiritual, ela pede muito por vc e intercede, porém aqui mostram brigas e desgastes sucessivos entre vc e seu marido e tbem algum embate financeiro. Mas o principal de tudo, mostra a magia podendo transformar e transmutar esta sua situação, mostra a ação de um intermedíário, um mago, se achar que eu posso ou devo fazer algo estou a seu dispor, senão procure ajuda de alguém de sua confiança, mas para isto é imprescindível que se equilibre interiormente. O auxílio espiritual virá.

Casa 9 (Ogum) : Justiça, viagens longas, religião.

Aqui este orixá te diz que vc tem todas as condições de obter êxito nos seus propósitos, desde que lute sabiamente e não desanime, mostra a viagem que será sim feita e bem sucedida, a mudança de residência  e seu crescimento interno, mostra mudanças repentinas, onde o movimento é feito com rapidez, tudo a sua volta esta se movimentando rápido demais e vc não está conseguindo acompanhar internamente o ritmo destas mudanças. Mas a sua vitória será proporcional ao seu esforço, não se limite, expanda sua consciência.

Casa 10 ( Omulú) : Reputação, Status, Méritos.

Aqui mostra soluções e caminhos favoráveis, mas ainda aconselha que em nenhuma circunstância se isole, vc precisa sim de uma ajuda psicológica pois aqui para eu fazer um comparativo, na sua mente com todo este rebuliço, é como se um fusível tivesse sido queimado e vc não está tendo capacidade de assimilar corretamente as coisas a sua volta, NÃO SE ISOLE! Encontre alguém com quem possa vc possa conversar e colocar todos os seus pontos de vista e acredite, por mais resistente que vc seja a uma ajuda psicológica, alguém totalmente de fora, que não veja as coisas só pelo seu ponto de vista, vai ter uma capacidade muito maior de te ajudar a lidar com seu lado emocional  mais do que uma pessoa conhecida, embora vc tenha esta energia de renovação, vai precisar de ajuda tanto emocional quanto espiritual para se refazer.

Casa 11 (Logunedé) : Relação com a sociedade, projetos.

Aqui já mostra seu equilíbrio restaurado, o que virá em breve com esta tomada de consciência. Vc vai ver que não tem tantos motivos para lamento quanto vc julga e vai conseguir se equilibrar emocionalmente.Vai encontrar uma nova razão para viver. Aqui mostra perseverança, fé, otimismo, crescimento interior.

Casa 12 ( Yemanjá) : Inimigos ocultos e heranças carmicas:

Esta carta esta representando o papel de mãe, da capacidade geradora, e se fôr ver como resgate cármico dentro deste relacionamento, vc se culpa em ter falhado como mãe, tem dentro de si algum aspecto de desequilibrio que no fundo não é real, vc provavelmente foi mãe desta pessoa que se encontra hoje como seu marido e falhou em algum momento no passado e está tendo oportunidade de restaurar isto e até tem um lado mediúnico expressivo, mas não sabe lidar com isto e se descompensa com facilidade, se procurar um ponto de equilíbrio, poderá consertar muita coisa que vem de seus medos internos.

Síntese (Yansã) : Aqui mostra a superação de obstáculos com coragem. determinação e envolvimento em buscar soluções práticas, ousadia.

Então amiga, eu diria que este seu caos interno dificultou seu caminho mais do que o necessário, que possivelmente algum equilíbrio espiritual bem grande te descompensou muito mais do que o necessário e que agora é hora de arrumar a casa,  literalmente, o que houve com vc foi como se um tornado tivesse te atingido e não deixou nem uma única palha no lugar, é um processo quase que de morte e renascimento pessoal que vai te exigir muita força de vontade  para ser bem sucedida nesta realização Mostra a necessidade de uma intervenção espiritual e psicológica para a superação deste momento. Para ser realmente bem sucedida, precisa primeiro desta consciência, mas no geral, o universo está conspirando a seu favor, tenha determinação, foco e fé! Por mais que seu marido tenha o pensamento na moça, isto pode e vai ser transformado pelo espiritual, se fôr de sua vontade e se vc realmente fizer esforços no sentido de se  melhorar.

Ufa meninas este jogo me tomou mais de uma hora e meia, praticamente duas, observei que eu fui muitas vezes ao banheiro e isto foi um descarrego energético e pela extensão não tem como eu fazer para todas as pessoas um jogo como este que vai equivaler a um jogo de búzios.
A cada segunda feira eu vou sortear aqui um caso para fazer um jogo  mais extenso assim, espero que entendam a impossibilidade de um jogo abrangente assim para todos! Mas eu fiz questão de fazer para ver como iria  me sair a adorei o resultado!

Juízo heim moça, espero que tenha sido de muita valia para vc este jogo e que repense muito as suas ações e decisões a partir daí! Boa sorte!

MAGIA PARA APROXIMAÇÃO







FAZER EM UMA SEXTA FEIRA DE LUA CHEIA AS 21 HS.

Vc vai precisar de:

Uma taça vermelha
champanhe rose
4 velas vermelhas

Coloque a champanhe na taça oferecendo a Pombagira de sua devoção.
Em volta desta taça acenda em forma de quadrado, as 4 velas vermelhas, firmando prá Pombagira.

Feito isto, pegue uma banana da terra que não esteja madura, que vc vai retirar inteira do cacho com a ponta
Corte-a ao meio com casca e tudo.
Com um lápis, vc vai escrever diretamente em uma metade da banana, o nome da pessoa que deseja atrair.
Na outra metade, vc vai escrever tudo o que deseja que aquela pessoa sinta por vc: amor, tesão etc.
Depois de escrever. derrame mel nesta banana e feche-as com uma fita de cetim fina vermelha dando sete nós.
Isto não é uma amarração, é somente uma magia para trazer a pessoa, aproximar.

Depois de amarrada, vc vai colocar esta banana, com a ponta virada para baixo, dentro da taça da pombagira, vai acender um cigarro e colocar no meio da banana, e vai deixar aí até que as velas se queimem por completo.
Depois delas queimadas, enterre esta banana com a ponta virada para baixo, da mesma forma que colocou dentro da taça.
O resultado é muito rápido, quando obter o que deseja, acenda mais 4 velas e coloque sete cigarros como agradecimento a pombagira! Laroiê Exú Mojubá!

ORAÇÃO A VÓ MARIA CONGA

Salve os PRETOS VELHOS!



Prece a vovó Maria Conga


Benevolente e iluminada Vó Maria Conga, peço a tua proteção e bendigo a tua presença em todos os momentos.
Quero pedir-te que venha em meu auxílio juntamente com toda tua corrente bendita.
Traga-me a benção de teus sábios conselhos.
Dái-me a paz que trazes no olhar.
Seca minhas lágrimas com tua ternura. Livra-me do perigo.
Livra-me da incerteza.
Vó Maria Conga peço-te coragem nos momentos difíceis.
A tu que sofreste tanto e suportaste tudo com humildade e perdão, peço força e luz.

Que assim seja

BOM DIA!


Existe um Exu mulher/ Que não trabalha à toa/ Quando passa pela encruza/ Maria Padilha não vacila/ Ela só faz coisa boa.

 
Mais uma semana se iniciando e com ela a possibilidade de deixarmos para trás todas as nossas mágoas e fazermos algo novo e melhor por nós mesmos! Vamos procurar evoluir, pois não estamos aqui só a passeio, temos obrigação de fazer o melhor, se nossa vida está ruim, vamos ver onde estamos falhando e tentar consertar! Que tenhamos todos uma semana de saúde e paz!

Bom dia meninas e meninos!

domingo, 28 de outubro de 2012

A LINHA DOS MALANDROS


A Linha dos Malandros da Umbanda traz para dentro do ambiente Sagrado os excluídos da sociedade. Espíritos que em alguma encarnação, por conta do preconceito racial, foram considerados párias e marginalizados pela sociedade, mas que lidaram com essa adversidade sem perder sua Fé, sua identidade e seu bom humor, certamente que já apresentavam um bom nível pessoal de evolução. E após desencarnarem continuaram suas evoluções, até alcançarem um Grau perante a Espiritualidade, o qual lhes permitiu voltar à Terra na condição de Guias Espirituais, para nos reconduzir ao Divino.

Ao mesmo tempo, a Linha dos Malandros simboliza a aproximação dos excluídos com o Divino e ainda, para todas as pessoas, a possibilidade de uma reflexão sobre o preconceito e as exclusões sociais.

Mas, afinal, alguns se perguntam o quê um “malandro” teria para nos ensinar, qual seria a sua contribuição dentro da religião? Primeiro, cabe lembrar que não estamos falando do “malandro” no sentido vulgar da palavra.

Os Espíritos que se apresentam na Umbanda dentro da Linha que corresponde ao Grau Malandro (com “M” maiúsculo!) vêm nos ensinar a flexibilidade, a capacidade de adaptação diante dos obstáculos, o “jogo de cintura” e o bom humor, que se obtêm através do sentimento de Fé na Vida e em si mesmo e do equilíbrio das emoções, dos pensamentos e dos sentimentos. De alguma forma, em algum momento das suas existências, eles vivenciaram tudo isso e podem nos auxiliar.

Os Malandros nos ensinam:

●que a vida é feita de experiências e toda experiência visa a nos ensinar algo de positivo;
●que não há obstáculos insuperáveis, pois isso nos condenaria à destruição, o que é inconcebível porque não há “morte” em nenhum ponto do Universo e sim, transformações que promovem renovação e evolução constantes;
●que é preciso confiar nas Leis da Vida e manter a alegria e o bom humor, para estar em sintonia com faixas vibratórias positivas e atrair a cura espiritual, emocional, mental e física, pois todo filho de Deus é um co-criador.

Sua linguagem é altamente simbólica. Muitas vezes, eles falam conosco e comparam a vida a um jogo de cartas ou de dados:

●Nesse “jogo”, uma “jogada” ruim seria um imprevisto, uma adversidade. O que não significa a perda da partida (motivo para desespero, descrença e desistência), pois a próxima “jogada” (a nova oportunidade, o próximo passo) poderá ser melhor, só depende de nós;

●Nesse “jogo”, é preciso estar atento a cada passo, observando o “adversário” (o desafio externo, bem como os próprios pensamentos, convicções, emoções e sentimentos), para se enfrentá-lo em melhores condições e se alcançar “a vitória”;

●“A vitória” pode ser a superação do obstáculo em si. Mas a grande “vitória” é o entendimento das causas da dificuldade e a aceitação da nossa responsabilidade por essa realidade que de algum modo criamos. O erro ensina e nos dá oportunidade de recomeçar e acertar;

●No caso de uma derrota, saber esperar outra oportunidade e tentar de novo, sem nunca desistir. Podemos “virar o jogo” através da persistência, da alegria e da Fé no amanhã. É a valorização da vida, da própria existência, do momento atual e de cada momento.
O seu “gingado”, a sua musicalidade, a sua dança e a sua “malandragem” não são simples repetição das características “dos malandros do mundo”, vamos dizer assim. Esses Espíritos não estão entre nós para fazer apologia do que foram, possivelmente, em alguma encarnação, mas para nos ensinar o que é possível extrair das lições da vida.
  
A grande “malandragem” que eles nos ensinam é como sermos flexíveis, nos desapegando e abrindo mão de idéias antigas, para nos renovarmos a cada dia; encarar a vida com leveza, sem guardar rancores e levar tudo para o campo pessoal; não perder o humor e estragar um dia por causa de um obstáculo, por maior que pareça; aprender com os próprios erros, para não repeti-los, pois quem anda atento na vida não vive caindo em buraco...
  
No aspecto social, a Linha dos Malandros simboliza a inclusão de negros, mulatos e mestiços que viviam marginalizados em nossa sociedade desde o período pós-abolição. Claro que os Espíritos que tiveram uma encarnação assim, como excluídos, continuaram evoluindo e não precisam ser “incluídos em nosso meio social”. Nós é que precisamos refletir sobre as exclusões que já aconteceram e ainda acontecem por aqui, baseadas em preconceitos, para não repeti-las. E só alcançaremos isso a partir de uma conduta fraterna e de respeito integral ao “outro”. Por outro lado, a presença desses Espíritos nos Terreiros de Umbanda, acolhendo a todos com sua alegria e suas magias, é um braço de atração dos mais humildes, que se identificam com essa maneira despojada de ser, despertam a autoconfiança e podem melhor se expressar e progredir. Existiria melhor exemplo de “aprender com os erros”?
  
Quanto à questão social, vale lembrar que a “abolição” da escravatura não pôs fim ao preconceito racial. Historicamente, continuou existindo em nosso país um preconceito velado em relação aos homens e mulheres de pele negra, aos mulatos e aos mestiços.
  
Não se pretende, aqui, discutir a validade da Lei Áurea, que libertou os escravos no Brasil, enquanto ferramenta jurídica. Na época, o advento dessa Lei foi importante porque seus infratores passaram a ser considerados criminosos, e isto encerrou um capítulo sombrio do nosso passado. Mas o entendimento de que todos somos filhos de Deus e iguais perante a Lei e a Justiça Divinas não é algo que se alcance por meio de leis humanas, por mais bem intencionados que estejam os seus autores. Isto só se alcançará com a expansão de consciência de cada ser humano, com o decorrer do tempo e a vivência das lições que a Vida Maior nos proporciona. A “libertação” de opressores e oprimidos vem da expansão da consciência: conhecendo sua origem e natureza Divina, o ser humano se desinteressa pelo desejo de posse a qualquer custo e, aí sim, começa a se “humanizar”, começa a compreender a razão de existirmos e a agir como quem é Um com o Todo.
  
Enfim, com o decreto da abolição no Brasil, um imenso contingente de homens e mulheres recém libertos não conseguia uma colocação de trabalho remunerado. Antigos escravocratas defendiam a idéia de que os negros só renderiam se forçados a trabalhar, como no tempo da escravidão. Houve uma propaganda intensa no sentido de que seria muito melhor trazer para cá os colonos europeus, obviamente brancos. Os europeus vieram e ocuparam a maior parte das colocações de trabalho, sendo sempre preferidos em relação aos ex-escravos. Destes últimos, a maioria ficava sem uma ocupação condigna e sem acesso às escolas e a um aprimoramento, enquanto alguns conseguiam apenas ocupações menores. Em consequência, pouco a pouco se formaram os primeiros grandes grupos de pessoas colocadas a viver à margem da sociedade brasileira.
  
Depois da abolição dos escravos e no correr dos anos, a idéia de que os negros e seus descendentes eram preguiçosos e menos capazes de aprender do que os brancos foi um pensamento disseminado em boa parte do nosso meio social. Fato é que a mão-de-obra escrava sempre deu conta de enriquecer os que dela se utilizavam; sinal de que os escravos, mesmo em condições absolutamente adversas, tinham competência no que faziam...
  
Mas por toda a parte, no mundo, então se insinuava uma perigosa teoria: a “da supremacia racial branca”, que de certa forma contaminou o nosso país.
  
Existia no Brasil, à época, um clima de discriminação muito pesado, embora silencioso. Não havia, propriamente, episódios de violência física contra os negros, mulatos e mestiços, ao contrário do que ocorria em muitos países. Mas os costumes sociais sinalizavam no sentido de que era preciso “alisar o cabelo” para se ter boa aparência; que a música, a dança e o gingado dos negros “não eram boa coisa” etc. etc. Essa propaganda infeliz pretendia fazer com que os negros, os mulatos e os mestiços negassem sua identidade, forçando-os a “um branqueamento”. Afinal, para os opressores de sempre, a grande meta era continuar a escravizar e a melhor forma de fazer isso era pela via indireta, ou seja, fazendo com que os excluídos se sentissem inferiores e se colocassem em posição subalterna perante a sociedade que “os libertara”. Irônico? Não, apenas triste, muito triste esse capítulo da história do nosso país...
  
De alguma forma, os poderosos da época continuaram a vender a idéia de que aquelas pessoas eram inferiores. Os ideais dos Inconfidentes e dos Abolicionistas, que algum tempo antes comoveram e convenceram a muitos sobre o absurdo da escravidão humana, culminando com o advento da Lei Áurea, aqueles ideais agora ficavam para trás, esquecidos, sepultados sob a voracidade da sede de poder dos capitalistas extremados. Tudo o que importava era o lucro pelo lucro. Desqualificando, dessa forma, a mão-de-obra dos recém “libertos”, os detentores do poder político-econômico tomavam-lhes força de trabalho em troca de quase nada, porque muitos se sujeitaram a isso para não morrer de fome...
  
De qualquer maneira e de modo geral, aquelas pessoas e seus descendentes não eram bem vistos. E, com o tempo, vão surgindo as rodas da marginalidade. Não, necessariamente, a marginalidade do crime. Mas uma condição de vida à margem do quadro social. A música e a dança apreciadas por aqueles que a sociedade marginalizava não eram bem vistas, nem as suas atividades de recreação (jogos, carteado, capoeira etc.); e então surgiram grupos localizados para essas atividades. Frequentá-los, muitas vezes, era motivo bastante para ser alvo da polícia. Obviamente que esses lugares acabavam atraindo também pessoas já antes voltadas para o crime. Esses locais acabaram por tornarem-se perigosos o bastante para explicar que muitos de seus frequentadores andassem armados, ainda que não fossem propriamente criminosos. Daí dizer-se que os “malandros” andavam com faca ou navalha etc.
  
Quando se fala em “malandro”, na linguagem cotidiana, a primeira idéia que nos ocorre é a do boêmio, do jogador inveterado de cartas ou de dados, do amante da noite, da música e das rodas de danças, que vivia de expedientes, carregava navalha ou faca e fugia da polícia.
  
O “malandro” carioca faz lembrar aquele que vivia na Lapa, que gostava de samba e passava as noites na gafieira, chegando a ser personagem de peças teatrais, de músicas e de muitas histórias. Já o “malandro” de Pernambuco vivia nas danças do côco e do xaxado, passando as noites no forró. O que eles têm em comum? Eram todos marginalizados pela sociedade, vistos como “gente à toa”. Porém, sobreviveram a esse clima adverso, vivendo sem acesso a uma boa instrução ou a bons empregos; nem sempre conseguiram, senão com muita dificuldade, dar alguma instrução aos filhos. Nem por isso perderam a alegria, o gosto pela música e pela dança, pelo carteado, pela conversa noite adentro, de alguma forma conseguindo manter suas raízes religiosas e tradições ancestrais, dando “um jeitinho” de ser felizes.
  
Por trás dos arquétipos da Umbanda, vamos encontrar, no mais das vezes, a Mão da Espiritualidade Superior a corrigir grandes equívocos e injustiças sociais e a nos fazer refletir, enquanto nos auxilia nos problemas do cotidiano. E hoje temos, na presença da Linha de Malandros, uma excelente oportunidade de refletir sobre algumas questões, em especial: primeiro, que nem tudo que parece ruim de fato o é; e segundo, que de tudo se pode extrair algo de bom e de positivo. Do que poderia ter sido uma experiência de todo ruim, esses Espíritos extraíram uma lição de flexibilidade. E aquilo que para uma sociedade hipócrita parecia ser neles um mal era, muito ao contrário, a prova de valor de um povo que manteve fidelidade às suas raízes e não se deixou vencer pelo meio hostil.
  
Os Malandros vêm até nós, pelas Mãos do Alto, para nos ensinar “a boa malandragem”: fazer limonada com os limões azedos que recebemos dos outros; escorregar e levantar rapidinho, sem perder a compostura e a elegância, e já sair dançando e cantando; aprender jogar “o jogo da vida” e ser um bom parceiro de jogo, aprendendo a rir das tristezas e de si mesmo; assumir ser o que se é, sem hipocrisias, e fazer todo o Bem que se possa; não se prender a padrões e valores externos, mas ficar centrado em si mesmo e na sua Fé, sem nunca desacreditar da Vida Maior, cujo amparo permeia todos os nossos caminhos diários.
  
Pensar que os Malandros podem nos ensinar tudo isso brincando, de um jeito tão despojado, é o bastante para se quebrar velho ditado que dizia: ”de onde não se espera é que não sai nada”. Porque as aparências enganam!...
  
Então, não vamos viver de aparências e nem pelas aparências. Vamos viver a vida com Amor, Respeito e Fé. Vamos acreditar em nosso poder interior, que é Deus em nós. Vamos aprender a nos centrar e a nos conhecer intimamente, despertando nossas capacidades e valores acumulados ao longo desta e de outras encarnações e que ainda dormem dentro de nós, mas que podem ser despertados pelo nosso querer, por nossa vontade de superar as dificuldades, por nossa firme determinação de curar nossos pensamentos menos felizes e de encontrar respostas para as nossas necessidades, para enfim chegarmos a um caminho de felicidade, aqui e agora.
  
Quando se está na frente de um Malandro da Umbanda, é bom que a gente reflita sobre isso.
  
Essas Entidades estão entre nós por um recurso da Misericórdia Divina, trabalhando pela continuidade da própria evolução e também em nosso favor. Então, nada de o consulente adotar “julgamentos apressados”, no sentido de que se poderia pedir a eles algum mal, um trabalho de magia negativa ou coisa do gênero. E nós, médiuns, não podemos cair na bobagem de achar que podemos dar vazão aos nossos impulsos menos nobres e começar a usar de palavreado chulo, ou desandar a beber e a fumar etc. etc., sob o pretexto de que foi “o malandro” (aqui, com “m” minúsculo, porque um Malandro, um Guia de Umbanda, não faz isso nunca!...).
  
Vamos recordar que os Malandros são Espíritos a serviço da Luz que vêm nos guiar, orientar e auxiliar; e que um Guia é sempre alguém mais elevado do que nós. Precisamos nos conduzir com honra, respeito, devoção e gratidão aos nossos Guias de Umbanda, para darmos continuidade à nossa evolução. É preciso estar no Terreiro, com em qualquer Templo, de alma e corpo presentes, por inteiro, pra valer.
  
Os Malandros são simples, amigos, leais e verdadeiros.
  
Mas se alguém pensa que pode enganá-los, então é desmascarado sem a menor cerimônia e na frente de todos, porque os Malandros não toleram a maldade, a injustiça ou a tentativa de se enganar aos mais fracos.
  
Nos Terreiros que adotam vestimentas características, quando incorporados em seus médiuns, os Malandros se apresentam vestidos com camisas listradas, alguns com camisas de seda, outros de terno e gravata brancos e chapéu ao estilo Panamá e às vezes de palha. Usam sapatos brancos, ou então bicolores (branco/preto; preto/vermelho) e gravata vermelha. Alguns usam cartola; outros, uma bengala (cajado).

Manipulam magisticamente fumos como charutos e cigarrilhas; e bebidas que vão desde aguardente, batidas, batida de côco, conhaque até uísque.

São cordiais e alegres. Parecem dançar a maior parte do tempo, mas com seus movimentos estão é recolhendo negatividades e purificando as pessoas e o ambiente.

Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los. Trabalham para curar, desmanchar magias negativas, proteger e abrir caminhos. Atuam muito na cura de problemas de cunho espiritual e emocional, particularmente no campo das chamadas doenças mentais (ansiedade, fobias, depressão, síndrome do pânico, compulsões, esquizofrenia etc.), pois seu magnetismo é bastante eficaz sobre os distúrbios originários de desequilíbrios do Sentido da Fé.

De modo geral, os Malandros se apresentam com uma fita vermelha no chapéu. Mas os que atuam na cura usam uma fita branca, símbolo do curador, ligado ao Pai Oxalá.

Dentro da Linha existem também as manifestações femininas, das quais Maria Navalha e Maria do Cais são os exemplos mais conhecidos.

Como regra geral, os Malandros não são Exus. São Entidades que integram Linhas de Trabalho distintas. Mas alguns Malandros se manifestam nas sessões de Esquerda, junto com os Exus.

Uma figura bastante conhecida dentro desta Linha é Seu Zé Pelintra.

Seu Zé, como é conhecido popularmente, é uma Entidade peculiar, pois tanto se manifesta na Direita quanto na Esquerda. Na Direita, ele vem como Malandro mesmo, ou como Baiano, ou ainda como Preto Velho quimbandeiro (isto é, voltado para o corte de magias negativas). E pode vir na Esquerda, como Exu. Por que será? Ora, uma das grandes características dos Malandros não é a flexibilidade? Pois então... Seja como for, ele é um Guia a serviço da Luz.

Já no Catimbó, Zé Pelintra é “doutor”, é um curador, é um Mestre da Jurema bastante respeitado.  Na Jurema, Seu Zé Pelintra não tem a conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de Esquerda, porque os Mestres da Jurema têm essa capacidade de pode vir tanto na Direita quanto na Esquerda. Na Esquerda, os Mestres vêm para cortar o mal.

No Catimbó, Seu Zé usa bengala (que pode ser qualquer cajado), cachimbo e faz uso ritualístico da cachaça. Dança côco, baião e xaxado e abençoa a todos, que o abraçam e o chamam de padrinho.

A personagem principal da “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque de Holanda, ao que consta, foi baseada nos modos e trejeitos de Seu Zé Pelintra.

E Itamar Assumpção, em parceria com Wally Salomão, compôs para Seu Zé Pelintra esta música, que leva o nome da Entidade:

Zé Pelintra desceu
Zé Pelintra baixou
É ele que chega e parte a fechadura
Do portão cerrado.
Zé Pelintra desceu
Zé Pelintra baixou
É ele quem chamega, quem penetra
Em cada fresta e rompe o cadeado.
E quando Zé Pelintra pinta na aldeia
O povo todo saracoteia
Aparta briga feia, terno branco alinhado
Cabelo arapuá de brilhantina besuntado.
Ele, do ovo, é a porção gema, bebe suco da jurema
Resolve impossível demanda
Homem elástico, homem borracha
Desliza quem nem vaselina
Saravá a sua banda.
É ele quem abre uma brecha
Acende uma tocha no breu
Desparafusa a rosca
Seu cavalo sou eu.
(Fonte: O site: do afro ao brasileiro ponto org.)
Contam-se muitas estórias sobre quem teria sido Zé Pelintra quando encarnado. Alguns dizem que viveu em Pernambuco, outros afirmam que viveu no Rio de Janeiro.

Porém, não podemos nos esquecer de que dentro da Linha dos Malandros, como nas demais Linhas de Trabalho da Umbanda, estão agrupados espíritos que tiveram encarnações diferentes entre si. O ponto central é sabermos que esses Espíritos não estão presos a seus antigos nomes e sim, que foram agrupados a partir de suas afinidades vibratórias e evolutivas e de suas especialidades (campos de atuação).

Nomes Simbólicos: Zé Pelintra, Zé Malandro, Zé do Côco, Zé da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa Preta, Camisa Listrada, Sete Navalhas, Malandro do Morro.

Algumas Entidades Femininas que se manifestam nesta Linha: Maria do Cais, Maria Navalha.

Dia da semana: Não há um dia específico, tendo em vista que a Linha tem um campo de atuação muito vasto e se manifesta tanto na Direita quanto na Esquerda. Os Malandros que trabalham na cura costumam ser mais associados ao sábado, regido por Saturno e Urano, planetas relacionados ao Orixá Obaluayê. Já os que trabalham no corte de demandas têm uma associação mais direta com a terça-feira, regida por Marte e relacionada aos Orixás Ogum, Yansã e Omolu.

Campo de atuação: Limpeza energética, purificação e equilíbrio; quebra de preconceitos; desapego; corte de magias negativas; abertura de caminhos para a prosperidade em geral (espiritual e material); cura espiritual, emocional, mental e física.

Ponto de Força: O Ponto de Força dos Malandros é na subida de morros, nas esquinas e encruzilhadas, aos pés de coqueiros e até em cemitérios, dependendo do seu campo específico de atuação.

Cor: Branco/preto; branco/vermelho; vermelho/preto.

Guias ou colares: Suas guias ou colares podem ser de vários tipos, tais como: confeccionadas com coquinhos; de contas de porcelana vermelhas e pretas, ou vermelhas e brancas, ou ainda pretas e brancas; de sementes (olho de cabra, olho de boi, obi branco); de pedras; de palha da costa com búzios.

Elementos de trabalho: Baralho, moedas, dados, palitos, palha da costa, pedras, pembas, sumos de ervas, barbante, linhas, fitas, búzios, sementes, côco, água de côco, terra, dendê, azeite de oliva.

Ervas: Quebra demanda; arruda; guiné; comigo-ninguém-pode; aroeira; palha da costa; levante; anis estrelado; algodoeiro; tapete de Oxalá; alecrim; jasmim; manjericão roxo; folha de bambu; folhas de laranja e de limão; folha de café; folha e semente de cacau; folha de beterraba; rama de cenoura; café em grão e em pó; urucum; folha de pitanga; folhas de palmeira e de coqueiro; folha de bananeira; tiririca; barba de velho; raízes; cipós; cabelo e palha de milho; louro; losna; agrião; coentro; orégano; noz moscada; pára-raio; espada de São Jorge; espada de Santa Bárbara; lança de São Jorge; mentas (vários tipos de hortelã); boldos (vários tipos); ervas amargas; salsinha.

Sementes: Olho de boi, olho de cabra, obi branco (ou noz de cola).

Fumo/defumação: Charutos, cigarrilhas, fumo de corda, ervas enroladas na palha.

Pedras: Variam, dependendo da forma de manifestação da Entidade Malandro.
Para os que vêm como Baianos: Quartzo branco leitoso; Cristal; Jaspe Vermelho; Granada; Citrino; Pirita; Topázio Imperial. No geral, as pedras brancas, vermelhas e amarelas- embora eles possam manipular muitas pedras diferentes, de acordo com a necessidade do trabalho.
Para os que vêm na Esquerda: Ágata Preta, Turmalina preta, Vassoura da Bruxa, Ônis, Quartzo Fumê, Mica Preta.
Para os curadores: Pedras brancas (Quartzo Branco transparente e leitoso, Calcita Ótica, Topázio Branco); Pedras índigo (Lápis-Lazúli, Sodalita) e ou Pedras violetas (Ametista, Cacochinita, Fluorita Lilás).
FONTE: Angélica Lisanty, livros: “Os Cristais e os Orixás”, 2088, páginas 83/85; “Elixir de Cristais”, 2006, páginas 101/113, ambos da Madras Editora.

Flores: Rosas e cravos vermelhos e brancos; flores vermelhas e amarelas.

Oferendas

1- Um côco verde (separar a água); ervas; flores vermelhas e ou brancas; 7 linhas brancas e 7 pretas; 7 fitas vermelhas e 7 amarelas; frutas; 7 moedas de qualquer valor; 7 velas bicolores branco/preto.  Forrar o chão com as ervas. Retirar a água do côco e reservar. Abrir o côco, tirando uma tampa, e colocar dentro dele as moedas. Colocar o côco no meio das ervas e em volta dele dispor, sempre em círculos: as flores; as frutas; as linhas, alterando as cores (branco/preto) e as fitas, também alternando as cores (vermelho/amarelo). Circular tudo com a água do côco. Em torno, firmar as velas e pedir prosperidade espiritual e material, em todos os sentidos. Quando as velas queimarem, retirar todo o material, caso a oferenda seja feita na Natureza.

2- Lascas de uma rapadura; lascas de fumo de rolo; um copo de melado de cana (ou oito pedaços pequenos de cana); um punhado de fubá; 7 sementes de olho de boi; 7 sementes de olho de cabra; 1 vela bicolor branco/preto; uma folha de bananeira lavada e cruzada com azeite de oliva. Abrir a folha de bananeira e sobre ela dispor as lascas de rapadura e as de fumo. Por cima, ir derramando o melado, fazendo círculos no sentido horário. Se optar por pedaços de cana, eles devem ser colocados da mesma forma. Circular com as sementes de olho de boi e depois com as de olho de cabra. Derramar o fubá sobre toda a oferenda, com a mão direita, em círculos horários. Na frente, firmar a vela e pedir limpeza, equilíbrio energético e cura (espiritual, mental, emocional e/ou física). Recolher tudo quando a vela queimar, se fizer a oferenda na Natureza.

Incensos: Quebra demanda, sete ervas. 

Saudação: Salve os Malandros!

Cozinha ritualística:
1- Carne seca com abóbora: Dessalgar a carne seca, cortar em cubos e cozinhar. Guardar a água do cozimento. Refogar a carne já cozida com um pouquinho de dendê, azeite de oliva, cebola, alho, tomate e pimentão amarelo picados. Reservar. Na água do cozimento da carne, colocar para cozinhar pedaços de abóbora cortada em cubos, com o cuidado de não deixar amolecer demais. Juntar os pedaços de abóbora cozidos ao refogado da carne, misturar delicadamente e refogar por uns minutos, em fogo mínimo, com a panela tampada. Temperar com molho de pimenta, orégano e cheiro-verde (temperos a gosto).

2- Farofa de carne seca – Ingredientes: 350 g de carne seca; um pouquinho de dendê; 1 cebola grande picada; 2 dentes de alho amassados; 2 xícaras de farinha de mandioca torrada; cheiro-verde picadinho; 2 pimentas vermelhas picadinhas (retirar as sementes); orégano. Preparo: Deixar a carne seca de molho, de véspera, e ir trocando a água. Cozinhar e desfiar quando ela estiver já fria. Numa panela média, aquecer o dendê e dourar o alho e a cebola. Juntar a pimenta e refogar mais um pouquinho. Acrescentar a carne seca, deixando por alguns minutos, em fogo baixo e com a panela tampada, para que a carne absorva o sabor dos temperos. Juntar a farinha, mexer e retirar do fogo. Acrescentar os temperos.

3- Farofa de farinha de milho amarela com carne seca, mandioca, abóbora e pimentas .

4- Doce de abóbora feito com pedacinhos de gengibre e enfeitado com lascas de rapadura.

5-Cocada mole; doce de côco; doce de abóbora com côco.

6- Bolinhos de tapioca: Ralar um côco seco, juntar a água do côco, triturar bem no liquidificador. Colocar a tapioca de molho nessa mistura, até inchar. Fazer os bolinhos e grelhar ou assar. Servir com lascas de rapadura.

7-Feijão preto cozido sem sal e coberto com côco seco fatiado e milho amarelo.

UMA VISÃO de FORA da RELIGIÃO de UMBANDA
Texto: O Arquétipo do malandro: Zé Pelintra como imagem do “trickster” nacional- POR IGOR FERNANDES- FONTE: O site da Rubedo (Estudos Interdisciplinares de Psicologia Analítica)

Zé Pelintra: origem e história― Personagem bastante conhecido, seja por frequentadores das religiões onde atua como entidade, seja por sua notável malandragem, Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um ícone, um representante, o verdadeiro estereótipo do malandro, ou porque não dizer, da malandragem brasileira e mais especificamente, carioca. Não raro, encontram-se pessoas que o conhecem de nome e pela malandragem, mas não sabem que este é uma entidade do Catimbó e da Umbanda; outras já o viram retratado inúmeras vezes, mas não sabiam que se tratava de “alguém” e também encontraremos os que o conhecem apenas como entidade e desconhecem sua origem e história, estes, porém, menos frequentes. O fato é que a figura de Zé Pelintra, de uma forma ou de outra, permeia o imaginário popular da cultura brasileira e é retratada de diversas maneiras. Por exemplo, como nos explica Ligiéro:

Na década de 1970, Chico Buarque cria sua Ópera do Malandro. Para o cartaz do espetáculo teatral, o artista Maurício Arraes utiliza a figura de Zé Pelintra mesclada aos traços faciais de Chico Buarque em um número típico de minstrelsy norte-americano, tal como protagonizado no teatro de revista e no cinema por Al Johnson [...] (LIGIÉRO, 2004, p. 142).

No início da década de 1990, o cineasta Roberto Moura lança “Katharsis: histórias dos anos 80”, com Grande Othelo no papel de Zé Pelintra, e este seria o último longa-metragem desse emblemático ator negro, lembra Ligiéro (2004). Até mesmo a figura de Zé Carioca, personagem de Walt Disney, teria sido inspirado em Seu Zé. Ligiéro conta a história:

Em 1940, Walt Disney fez uma viagem ao Brasil como parte do programa “política da boa vizinhança” criado pelo governo norte-americano – para pesquisar um novo personagem tipicamente brasileiro. Na ocasião, foi levado com sua equipe de desenhistas para conhecer a Escola de Samba da Portela. Naquela noite, a nata do samba reuniu-se, como fizera alguns anos antes com a visita de Josephine Baker ao Rio de janeiro. Lá estavam as figuras mais importantes do mundo do samba – Cartola, Paulo da Portela, Heitor dos Prazeres... Conta-se que foi Paulo – falante e elegante – quem realmente impressionou Walt Disney e o inspirou a criar o personagem Zé Carioca. Na ocasião, o sambista não estava todo de branco, tinha apenas o paletó nessa cor, mas foi o suficiente, pois essa peça passou a ser a marca de Zé Carioca [...] (Ibidem, p. 108).

E mais adiante:

O Zé Carioca do Disney, que passou a ser um símbolo do Rio de janeiro e do próprio Brasil no exterior, fuma charuto e tem um guarda-chuva que ele maneja como uma bengala. Parece que quem esteve na Macumba da Mãe Adedé foi Walt Disney, e não Josephine Baker, e que lá viu o Zé Pelintra incorporado, pois a maneira gingada de andar e o jeito irônico de seu personagem foram realmente captados da alma do nosso malandro. É difícil acreditar que ele não soubesse também que o papagaio é um dos animais consagrados a Exu (Ibidem, p.109).

Seu Zé está sempre representado, seja em figuras desenhadas, seja em estatuetas, de terno branco de linho ― e veremos que provavelmente para a malandragem não era à toa, segundo Ligiéro (2004), ― chapéu de palhinha com uma faixa vermelha contornando-o, gravata vermelha e sapato bicolor. Essa é sua representação na Umbanda, o típico malandro – figura que possivelmente ganhou esse estereótipo a partir da figura de Zé Pelintra.

O terno de linho branco tornou-se o símbolo do malandro por ser vistoso, de caimento perfeito, largo e próprio para a capoeiragem. Para o malandro, lutar sem sujá-lo era uma forma de mostrar habilidade e superioridade no jogo de corpo. Ao contrário dos executivos de sua época, que tentavam imitar os ingleses, o malandro não usava casimira, tecido pouco apropriado para o clima úmido dos trópicos. Seu Zé destacava-se pela elegância e competência como negro [...]. Numa época em que os negros e brancos viviam praticamente isolados, apesar da existência de uma numerosa população mestiça nas grandes cidades brasileiras, vamos observar que a figura do malandro torna-se representativa da dignidade do negro deixando para trás a idéia de um negro “arrasta-pé”, maltrapilho ou simples trabalhador braçal (Ibidem, p. 101-2).

Mas afinal, qual a origem de nosso personagem?

Seu Zé torna-se famoso primeiramente no Nordeste seja como frequentador dos catimbós ou já como entidade dessa religião. O Catimbó está inserido no quadro das religiões populares do Norte e Nordeste e traz consigo a relação com a pajelança indígena e os candomblés de caboclo muito difundidos na Bahia.

Conta-se que ainda jovem era um caboclo violento que brigava por qualquer coisa mesmo sem ter razão. Sua fama de “erveiro” vem também do Nordeste. Seria capaz de receitar chás medicinais para a cura de qualquer mal, benzer e quebrar feitiços dos seus consulentes.

Já no Nordeste a figura de Zé Pelintra é identificada também pela sua preocupação com a elegância. No Catimbó, usa chapéu de palha e um lenço vermelho no pescoço. Fuma cachimbo, ao invés do charuto ou cigarro, como viria a ser na Umbanda, e gosta de trabalhar com os pés descalços no chão.

De acordo com Ligiéro (2004), Seu Zé migra para o Rio de Janeiro, onde se torna, nas primeiras três décadas do século XX, um famoso malandro na zona boêmia carioca, a região da Lapa, Estácio, Gamboa e zona portuária.

Nessa época, período de desenvolvimento urbano e industrial, a vida da população afrodescendente foi profundamente transformada. Havia um fluxo migratório intenso de sertanejos em direção à capital nacional em busca de melhores condições de vida. Nascem as primeiras favelas, empurrando para os morros os migrantes dos antigos cortiços derrubados para a Reforma Passos.

Nesse contexto, Seu Zé poderia ter conseguido fama como muitos outros, pela sua coragem e ousadia, obtendo aceitação pelos que se encontravam em situação como a sua. Segundo relatos históricos, Seu Zé era grande jogador, amante das prostitutas e inveterado boêmio.

Quanto à sua morte, autores discordam sobre como esta teria acontecido. Afirma-se que ele poderia ter sido assassinado por uma mulher, um antigo desafeto, ou por outro malandro igualmente perigoso. Porém, o consenso entre todas essas hipóteses é de que fora atacado pelas costas, uma vez que pela frente, afirmam, o homem era imbatível.

Acontece com Zé Pelintra um processo inverso ao que aconteceu com outros famosos malandros. Muitos destes foram esquecidos ou enterrados como indigentes. Foram lendários para uma geração. Entretanto, com o passar do tempo acabaram sendo esquecidos. “Para Zé Pelintra a morte representou um momento de transição e de continuidade”, afirma Ligiéro, e passa a ser, assim, incorporado à Umbanda e ao Catimbó como entidade, “baixando” em médiuns em cidades diversas que nem mesmo teriam sido visitadas pelo malandro em vida, como Porto Alegre ou Nova York, por exemplo.

Todo esse relato em última instância não tem comprovação histórica garantida e o importante para nós nesse momento é o mito contado a respeito dessa figura.

Incorporação na Umbanda como Exu- Seu Zé é a única entidade da Umbanda que é aceita em dois rituais diferentes e opostos: a “Linha das Almas” (caboclos e pretos-velhos) e o ritual do “Povo de Rua” (Exus e Pombas-Giras), definitivamente outro tipo de freguesia.

Enquanto em um existe [...] uma ética cristã com propósitos de cura dos males do corpo e proteção espiritual pela invocação tanto dos guias espirituais afro-ameríndios quanto das entidades máximas do catolicismo, incluindo o Espírito Santo, Jesus Cristo, a Virgem Maria e muitos outros santos desse populoso panteão, [...] no outro [...] a chamada moral cristã é deixada de lado permitindo que se dê vazão aos instintos primordiais na procura de soluções para os problemas terrenos oriundos de pequenezas cotidianas (LIGIÉRO, 2004, p. 37-38).

Como afirma Birman (1985), “povo de rua lembra facilmente a massa anônima que circula pela cidade, os trabalhadores, as pessoas comuns que ocupam o espaço público nas suas idas e vindas”. Na expressão “povo de rua”, fica claro o binômio casa-rua como opostos. O primeiro marca as relações familiares e o segundo o sem-domínio, dando a sensação de incontrolável, o marginal. E é dessa maneira que freqüentemente são vistos os Exus principalmente na Umbanda. “Representam, pois, o avesso da civilização, das regras, da moral e dos bons costumes”, continua. A partir disso, Birman (1985) nos traz uma visão também interessante: “a identificação do exu com o domínio da rua gerou um tipo que é muito popular na umbanda: o exu Zé Pilintra, figura gêmea do malandro carioca”.

No ritual do Povo de Rua, o clima é sempre de festividade. É marcado pela dubiedade esse tipo de ritual, pois embora as pessoas que lá estão estejam à procura de uma consulta séria para resolução de seus problemas, acabam por participar do clima festivo e alegre que é constituído, entre outras coisas, de danças e bebidas. Nessa cerimônia, não só os médiuns incorporados dançam com seus guias, mas também os clientes e/ou fiéis (ou mesmo assistência, como são chamadas as pessoas que freqüentam uma gira na Umbanda seja para só ver seja para consultar um espírito) são convidados a dançar e, se for íntimo de alguma entidade, até beber com esta. E nesse clima são realizadas as consultas, no meio de muita música e alegria, por mais séria que seja a questão do consulente. Como bem observou Ligiéro (2004), “Seu Zé, com seu humor iconoclasta, nos lembra de que na origem da tragédia havia Dionísio, era preciso brincar com a vida para, assim, combater com eficácia a própria morte”.

Zé Pelintra e o arquétipo do trickster― Antes de começarmos a discorrer sobre estas duas imagens, seria prudente dizer que o presente artigo não tem pretensão em reduzir o malandro Zé Pelintra em um arquétipo do inconsciente coletivo. Fazê-lo seria destruir ou negar toda a diversidade de visões de mundo que o ser humano construiu ao longo de sua história. Seria tentar atribuir valores a essa diversidade em detrimento de uma imaginável e inexistente suposta classificação de que culturas são as “melhores” e quais se aproximam mais da “realidade”. No entanto, a realidade de uma cultura certamente não é a mesma de outra. Inclusive dentro da mesma cultura podemos achar visões de mundo diferente. Não existe olhar sem tradução, não existe olhar neutro que seja isento o suficiente de valores para julgar quais elementos culturais prestam ou não dentro de uma determinada sociedade.

É interessante também notar como se encontram resistências no Brasil, principalmente por parte das elites (“intelectuais e pessoas esclarecidas em geral”), em assumir ou assinar, como prefere Segato, um lugar às tradições e ao pensamento afro-brasileiro que, de acordo com a pesquisadora, poderiam estar gerando um pensamento para o país. Muito embora, em algumas ocasiões, essa mesma elite faça uso dessas tradições.

Como estrangeira, [...], estive muitas vezes diante da clara evidência do menosprezo com que intelectuais e pessoas esclarecidas em geral tratam a tradição religiosa afro-brasileira. [...] O deslumbramento permanente e sempre renovado de pesquisadores e cronistas estrangeiros com estes cultos contrasta com sua falta de prestígio, na atualidade, na cena nacional. Esse menosprezo das elites pode ser um efeito do racismo à brasileira, isto é, um racismo marcado pelo medo da familiaridade (SEGATO, 1995, p. 15).

Segato (1995) explica esse racismo à brasileira diferenciando-o do racismo nórdico, por exemplo, que exclui o negro justamente por percebê-lo como um “outro”, alguém bruscamente diferente e desconhecido. Aqui, entre nós, o negro é discriminado na vida pública justamente pela razão oposta: teme-se ser “o mesmo”, “a ameaça é a possibilidade de desmascaramento da mesmidade”, conclui a autora. Seria, então, essa a razão pela qual a mitologia dos orixás passa totalmente desconhecida para a maioria dos brasileiros que, ao invés de procurar conhecê-la e familiarizar-se com esse sistema de pensamento, prefere embarcar nas águas “brancas” da mitologia greco-romana, celta ou ainda, viking. Não que essas mitologias não tenham seu valor ou sejam pobres, e aqui mais uma vez ressalta-se a inutilidade da atribuição de valores às culturas, muito pelo contrário, são mitologias também ricas e complexas, mas esses sistemas de pensamento dizem mais respeito aos povos onde foram propagados do que a nós. Zeus tinha um significado muito específico na Grécia e provavelmente não nos chegou com o mesmo significado, pois não vivemos as mesmas questões humanas e não as concebemos como os gregos as concebem e vivem. Quando esse mesmo deus é “importado” pelos romanos, apesar da ponte que se faz na mitologia “greco-romana”, chegou lá com atributos muito específicos também para o povo romano, que inclusive o chama agora de Júpiter. Quando essa tradição chega ao Brasil, já chega impregnada de traduções em cima de traduções, valores sobrepostos a outros e, frequentemente, Zeus e Júpiter se tornam o mesmo deus, pasteurizado. Não captamos a essência nem de Zeus e nem de Júpiter. Só podemos saber deles através de livros que muitas vezes não têm uma assinatura confiável.

Por que então não falamos de Zé Pelintra, Ogum ou Iemanjá, ao invés de nos reconhecermos em Hermes, Marte ou Afrodite, só pra citar alguns “reconhecíveis”? Estes sim estão impregnados na cultura brasileira, fazem parte do nosso dia-a-dia, estão “vivos” e “atuantes” na nossa sociedade. Muito mais fácil reconhecer Zé Pelintra nos bares e cabarés e casas de jogos do nosso país do que Hermes na Lapa carioca. Os gregos deviam ter alguma forma de se comunicar com seus deuses. Os gregos também faziam oferendas aos seus deuses. Mas se quisermos “falar” com um deus grego, talvez fique difícil pela escassez de canais de comunicação e, provavelmente, não saberíamos como fazê-lo. Um grego talvez fosse necessário no mínimo para uma iniciação em sua cultura. No entanto, “dialogar” com Zé Pelintra, Ogum, Iemanjá ou qualquer outra entidade do panteão afro-brasileiro, sejam estas os Orixás do Candomblé ou as entidades da Umbanda como caboclos ou pretos-velhos, já é muito mais acessível e aqui não se está falando de, necessariamente, ir a um terreiro conversar com uma entidade dessas incorporada em um médium, mas sim de reconhecer suas “caras” no cotidiano da nossa cultura.

Porém, devemos tomar cuidado para não pasteurizar nossos próprios deuses. Sobre isso Segato constata:

Não ignoro que tem havido um certo grau de banalização e vulgarização dos conhecimentos próprios do mundo religioso afro-brasileiro. Descrições superficiais e estereotipadas, uma divulgação massiva e jornalística dos aspectos mais aparentes e folclorizados da religião raramente acompanhados dos conhecimentos sutis e complexos que lhes servem de suporte; traduções esquemáticas e redutoras do sistema dos “orixás” para outros sistemas de arquétipos como, por exemplo, os signos do zodíaco ou o panteão dos deuses olímpicos. [...] Mas esse barateamento não é exclusivo desse mundo, e se deu também, por exemplo, com as tradições orientais, assim como as esotéricas (Ibidem, p. 16-7).

Como exemplo, podemos citar o yoga que na Índia é um sistema filosófico, um modo de vida, mas que no Brasil e demais países ocidentalizados virou, de maneira geral, ginástica.

Portanto, a proposta desse trabalho está em oferecermos ao Zé Pelintra o posto de representação do trickster no Brasil. Se por trickster está entendido ser, como o próprio Jung designou, aquele que subverte a ordem; o embusteiro; o trapaceiro; a sombra social, então estamos falando de Zé Pelintra. E mais uma vez aqui não se trata da crença numa ou outra religião, mas sim da figura, da imagem que este representa, pois como foi visto, existem as pessoas que sabem ou já ouviram falar em Seu Zé e suas histórias, mas não sabiam que este era uma entidade das religiões afro-ameríndias, para que não fique de fora o Catimbó, berço dessa personalidade. Não se trata, tampouco, de fazermos a tradução de trickster por Zé Pelintra ou ainda que se fale em arquétipo do Zé Pelintra, mas sim de tê-lo como imagem desse arquétipo, pois este é mais próximo de todos nós e para brasileiros é muito mais fácil reconhecê-lo, seja para fins didáticos seja para ter simplesmente a imagem, do que a qualquer outra figura que se possa querer pôr em seu lugar. Seu Zé tem em sua personalidade todas as características do trickster. Como nos mostra Ligiéro (2004), Zé Pelintra tem a característica “de assumir quase simultaneamente o sagrado e o profano, o sério e o sacana”, características essas que muitas vezes são usadas para desmoralizá-lo e classificá-lo como vulgar. Mas o que é o trickster senão também o vulgar?

O malandro encarnado por Zé Pelintra, explica Ligiéro, “se coloca miticamente como um quase-herói, um vencedor que triunfa ao burlar a ordem estabelecida [...]” e implementa a sua própria ordem caótica. E o autor faz então, uma pergunta chave:

[...] se comprovadamente, os malandros desapareceram, ou ainda, se tiveram um final no mínimo trágico, fica a pergunta: Como permanecem de forma insistente no inconsciente do povo brasileiro manifestando aspectos dessa energia em vários campos das atividades religiosas, esportivas e artísticas? (LIGIÉRO, 2004, p. 177).

E respondendo a sua própria pergunta, Ligiéro fala no arquétipo do malandro que nada mais é do que o nosso conhecido trickster “à brasileira”:

Creio que a permanência do modelo clássico do malandro, como algo superior das culturas negras e mestiças brasileiras, seja também decorrente do trabalho político e filosófico de admiradores e guardiões da cultura afro-brasileira. [...] Percebemos que artistas, esportistas e religiosos foram capazes de absorver o arquétipo do malandro e seu arsenal mítico sem assumirem a personalidade de marginal, abdicando dos seus traços politicamente incorretos, como o nefasto machismo e o seu aspecto agressivo e arruaceiro. Eles fizeram de sua arte/religiosidade uma articulação do mundo ancestral africano com a pós-modernidade (Ibidem, p.177-8).

Ou seja, complementando, estaríamos, assim, falando de como pode se dar a vivência desse arquétipo do malandro hoje. Pois, como se considera para qualquer outro arquétipo, a identificação cristalizada com o mesmo é que se torna perigosa. Em outras palavras, não precisamos ser essencialmente embusteiros, trapaceiros ou subvertedores da ordem, por exemplo, a todo o momento, para ter a vivência do trickster, ou como estamos preferindo enfatizar ao longo desse trabalho, da malandragem.

Em tempos de descrença nos partidos políticos, nas religiões e revoluções, Zé Pelintra, “em suas múltiplas versões, tem se mostrado um guia maleável e exemplar”. Apesar de pouco conhecido das elites – ou ignorado – e combatido pelas religiões de poder, podemos ver sua “influência” em vários setores da população. Parece que alguns políticos cristalizaram a identificação com a pior parte da malandragem se esquecendo que essa, quando trapaceava era em favor de uma classe que estava (e continua) sendo oprimida por essa mesma elite. Por outro lado, os desfavorecidos ainda recorrem à malandragem para tentar a sobrevivência em um país onde a mobilidade social é quase nula e freqüentemente encontram em Seu Zé e Ogum, o Orixá guerreiro, seus santos de devoção. O fato é que “essa entidade”, Ligiéro diz,

[...] energiza as almas convalescentes de gente do povo e da classe média, dos milhares de desempregados e dos batalhadores da economia informal: camelôs, carregadores, baianas, flanelinhas, guardas de trânsito, pivetes, vendedores de balas nos sinais, prostitutas jovens e velhas... (Ibidem, p.185).

E seja ela entendida como um santo, força ou arquétipo, é imprescindível notar o quão brasileira ela é, nos falando assim quem somos, de onde viemos e, quem sabe, abrindo nossos caminhos.

CALENDÁRIO DAS MAGIAS MARÇO 2024

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