Geb, na antiga fé do Egito, desempenhava o papel de divindade ligada à terra, considerado o suporte físico do mundo. Ele fazia parte da segunda geração da Enéada, um grupo de nove deuses venerados em Heliópolis, ao lado de sua irmã Nut.
Na arte egípcia, Geb, como personificação da terra, frequentemente era representado deitado aos pés de Shu, o deus do ar, enquanto Nut, a deusa do céu, arqueava-se acima deles. Geb costumava ser retratado como um homem com poucos traços distintivos, mas ocasionalmente era representado com a cabeça adornada por um ganso, que era um hieróglifo associado ao seu nome.
Ele ocupava a terceira posição na hierarquia divina entre os deuses, e os faraós reivindicavam ser descendentes dele, denominando o trono real como o “Trono de Geb”.
Origem e Genealogia
Conhecido igualmente como Seb ou Keb, Geb ocupava uma posição destacada na Enéada Heliopolitana, um conjunto de nove divindades veneradas principalmente em Heliópolis. Seus progenitores eram Nut, a deusa dos céus, e Shu, o deus do ar, e entre seus irmãos estavam Osíris, Ísis, Seth e Néftis.
Sua representação visual frequentemente o mostrava como um homem deitado sobre a terra, coberto de vegetação, ou como um homem com um ganso na cabeça, pois o termo “Geb” também tinha o significado de “ganso” na antiga língua egípcia.
Na qualidade de deus da Terra, ele simbolizava as terras férteis do Egito, representando a força que sustentava a agricultura e, por conseguinte, a própria vida. Sua conexão com a vegetação exuberante e o solo fértil da Terra evidenciava seu papel como o benfeitor da vida.
Características
Geb não era simplesmente uma personificação passiva da Terra; ele também desempenhava um papel ativo nos assuntos do mundo, particularmente no que diz respeito à justiça. Os antigos egípcios acreditavam que o riso de do deus era capaz de desencadear terremotos, o que demonstra sua influência direta sobre os fenômenos naturais.
Em muitas narrativas, Geb atuou como um juiz imparcial, solucionando disputas entre deuses e humanos. Uma das histórias mais conhecidas envolveu um conflito pelo trono do Egito entre Hórus e Seth. A decisão de Geb em favor de Hórus estabeleceu o precedente para o conceito do direito divino dos faraós, com cada faraó sendo considerado a encarnação viva de Hórus.
As representações de Geb são carregadas de simbolismo que transcende seu domínio terreno. Com frequência, ele é representado deitado, com Nut, a deusa do céu, arqueando-se acima dele, enquanto Shu, seu pai, é retratado entre eles, mantendo-os separados. Essa imagem reflete a visão de mundo dos antigos egípcios, onde o céu (Nut) é mantido acima da terra (Geb) pelo ar (Shu).
A figura de Geb também simbolizava o poder do faraó. Como deus da terra e juiz divino, sua autoridade era invocada para legitimar o governo do faraó. O faraó era considerado o representante terrestre de Geb, com a responsabilidade de preservar Ma’at, a ordem divina do universo.
O Deus Geb na Mitologia
Os mitos que envolvem Geb abordam principalmente seu papel como príncipe e, posteriormente, rei do Egito, embora, como uma divindade associada à terra, também estivesse relacionado com questões do além.
Nos primórdios, Shu, o deus egípcio, e sua consorte Tefnut deram à luz gêmeos. Geb e Nut estavam entrelaçados desde o nascimento e, com o tempo, pareciam estar se fundindo. Rá ordenou que Shu separasse seus filhos, então ele elevou Nut aos céus e colocou os pés de Geb sobre a terra.
A separação de Nut deixou Geb devastado, levando-o a chorar, e suas lágrimas deram origem aos oceanos e mares. Essa narrativa explica a origem do céu, da terra e dos mares.
Outro relato conta como o uraeus, a cobra representada na frente de algumas coroas egípcias, mordeu Geb, causando-lhe uma febre. Rá curou Geb, que abdicou do trono após sua recuperação e dividiu o Egito. Hórus assumiu o governo no norte, enquanto Set governou no sul. Ele tornou-se uma das divindades que acompanhavam a jornada no barco solar de Rá.
Resumindo
O deus Geb desempenha um papel fundamental na mitologia egípcia, sendo uma figura que transcende sua natureza como deus da terra. Suas lendas e atributos simbolizam a interconexão entre o céu, a terra e os fenômenos naturais. Ele não é apenas uma divindade passiva que sustenta o mundo, mas também um árbitro da justiça divina e um símbolo do poder real.
Sua influência abrange desde a criação das terras férteis do Egito até a legitimação do governo dos faraós. A riqueza de mitos e simbolismo associados a Geb destaca sua importância no panorama mitológico egípcio e na compreensão da complexa relação entre os deuses e o mundo dos homens no Antigo Egito.
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