Senhora do rio que leva o seu nome, orixá ligado às enchentes, às cheias dos rios e às inundações. É ela quem rege todos esses fenômenos, sejam naturais ou provocados por erros humanos. As cascatas e os rios de águas revoltas são seus domínios, pois ela comanda o movimento turbulento das águas que gera a energia elétrica.
Embora tenha seu nome associado a um rio, Obá é um orixá relacionado ao fogo. Ela está presente no corisco, poder que lhe foi dado por Xangô seu marido, por ela ter estreita ligação com a energia elétrica, com a eletricidade. Também as cataratas, pelo volume e violência das águas expressam a presença de Obá.
Geradora de conflitos, na África Obá era cultuada como a deusa protetora do poder feminino, sendo por isto saudada como Ìyá Agbà (mãe antiga). Mulher forte que desafiava o poder masculino dominante, por isto, todos os movimentos feministas têm a influência de Obá. Entretanto, não é o objetivo de Obá tomar o poder dos homens. O que ela quer é a igualdade de direitos, é a divisão de responsabilidades. Obá é a mulher consciente de seu poder, que luta e reivindica seus direitos e que enfrenta qualquer homem, menos aquele que tomar seu coração pois ela abraça qualquer causa, mas se rende e se anula por uma paixão. Tornou-se esposa de Ogum e o acompanhou em todas as guerras, dedicando-se completamente ao seu amor. Mais tarde, esposa de Oxóssi, passou a ser provedora de sua gente, penetrando na floresta armada de arco e flecha em busca de alimentos. Entretanto foi para Xangô que Obá entregou seu coração.
É impossível falar de Obá, sem falar de sua disputa com Oxum pelo amor de Xangô. Segundo a lenda, Obá foi enganada por Oxum que a levou a cortar sua própria orelha para a oferecer como alimento a Xangô, na esperança de assim reconquistar seu amor. Ele num gesto de repugnância, expulsou-a do seu reino. Assim a dor do abandono e da desesperança, ficaram como a marca registrada de Obá tendo tais sentimentos a sua regência. Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, o ciúme. Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos a força da natureza chamada Obá. Assim como quando um quando um rio transborda inundando tudo, Obá é a “última gota”, que faz transbordar nossos sentimentos. Daí sua regência nas enchentes e inundações, pois se um rio enche e transborda é porque não suporta mais o volume de água deixando escapar “aquilo que já não cabe mais”.
Toda a energia de sua paixão frustrada ela canaliza para a guerra, tornando-se a guerreira mais valente que nenhum homem ousa enfrentar. Ela é saudada como o orixá do ciúme, entretanto não se pode esquecer que o ciúme é uma conseqüência inevitável do amor. Portanto Obá é o orixá do amor, das paixões, com todos os dissabores e sofrimentos que este sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama. Obá é a mulher que se anula quando ama. Quando Obá é saudada como Àjà òsì, a guardiã da esquerda o lado onde fica o coração, isso quer dizer que é a guardiã dos apaixonados, aquela que compreende os sentimentos, pois Obá pensa com o coração.
É a regente de todos aqueles que tenham sofrido qualquer tipo de mutilação ou de violência. Avassaladora como os furacões, as inundações, os maremotos, as enchentes, as paixões, o ciúme, o amor. Obá entende bem estes sentimentos porque experimentou todos eles. Ela sabe que a vida só compensa se houver amor, por isso deixou gravada em seu corpo a dor de todos os amantes, o perigo da paixão.
Obá toma a espada
E vai a guerra ao lado de Ogum.
Luta e mata ao lado de Ogum.
Ela é Ogum.
Obá toma o ofá
E vai à caça ao lado de Oxóssi
Caça e mata ao lado de Oxóssi
Ela é Oxóssi
Obá toma a coroa
E reina ao lado de Xangô
Esquece a guerra
Esquece a mata
Esquece de ser Obá
Vive pelo amor de Xangô
Morre sem o amor de Xangô
Obá Sirê!
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