O FILHO DO SOL. Era assim que Omolú era conhecido pois ninguém jamais vira seu rosto. Bom, além de suas mães: Iemanjá e Nanã. Quando ele cresceu sua fama como feiticeiro se espalhou assim como sua enfermidade: A varíola.
Segundo os Itãs seu corpo era coberto de chagas, pústulas e feridas das quais ele tinha muita vergonha. Um dia Xangô resolvera dar uma imensa festa e todos os Orixás foram convidados, mas Omolú decidiu não ir. Ogum, seu irmão, a caminho da tal festa encontra o caçula e o indaga do porque não ir dançar com os demais e recebe como resposta um olhar desolado. Não satisfeito com a resposta vai até a mata e com sua espada encantada cria uma roupa de palha e entrega a ele, dizendo-o que também fora convidado e iria lhe fazer companhia.
Já na festa A NATA! Oxum coberta de ouro dos pés à cabeça era o centro da festa. Reluzia a luz da lua como um espelho nítido e encantado. Iemanjá cuidava da majestosa Nanã que ensaiava com os pezinhos o Ijexá que Oyá rodopiava em alegria. Xangô, garboso, bonito e coberto de jóias trazia suspiros por onde passava enquanto Obá e Ewá dançavam simulando guerrear. Enfim, todos estavam lá em seus melhores trajes quando Ogum chega trazendo um homem coberto de palha. A festa PAROU.
Todos riram e caçoaram do pobre homem coberto de palha. Afinal, ele não tinha um traje adequado? - pensaram. Era desconfortável a situação e fez com que Omolu se sentasse em um canto. Mas Oyá.. Iansã é curiosa demais para ficar quieta e logo foi mexer com o convidado misterioso lhe convidando para dançar.
OUTRO CHOQUE. A festa parou. "O que ela acha que ele vai fazer? Dançar?" - caçoavam. O homem não responde ao pedido de Iansã que começa a rodar em volta dele na hora que começam a tocar seu barravento. O vento que girava em volta de Oyá cria um pequeno redemoinho que arrebata a roupa de palha revelando um homem MARAVILHOSO. Sua pele de ébano era tão suave quanto a seda e seu olhar reluzente como o sol. Da roupa que esvoaçava pelo chão caiam pipocas que ocupavam todo o salão, como para glorificar o senhor da peste.
Todas as Yabás invejaram Iansã naquela noite. Salve aquela que não tem preconceitos. A eterna guerreira do ÓRUM, epahey Oyá! Atotô, meu senhor.
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