segunda-feira, 9 de agosto de 2021

HÉCATE, AGOSTO E O NÚMERO 13

O nome Hécate deriva, provavelmente, da egípcia Heket, uma deusa com cabeça de rã associada ao estado embrionário do grão em decomposição que, em breve, começaria a germinar. Heket era também uma “parteira” que assistia ao nascimento do sol a cada amanhecer. A seu nome é também associada à raiz Eka/th – o mesmo epíteto de Ártemis, deusa com a qual é associada. O nome Hécate significa "a que fere a vontade" ou “aquela que age como lhe apraz".

A conexão com o nascimento vem de sua origem como Heket, mas posteriormente o mito helênico a chamou de “impura” pelo contato com o sangue dos recém-nascidos.
Hesíodo, na Teogonia, diz que Hecate é filha dos Titãs Asteria e Peres. Asteria era irmã de Leto, a mãe de Ártemis e Apolo. Uma tradição mais antiga diz que Hecate é filha de Erebo e Nyx, a noite; tradições posteriores atribuem à Zeus e Hera.
Os gregos helênicos incorporaram essa antiga Deusa ao seu panteão, assim como o fizeram com inúmeros outros deuses, tal como Afrodite, originalmente uma deusa guerreira do mediterrâneo. Apesar de fazer parte do Olimpo, Hécate estendeu seus domínios pelo céu, terra e submundo.
O próprio Zeus valorizava tanto a Hécate que teria lhe concedido o poder de dar ou negar aos mortais o que lhe pediam, incluindo riquezas e bênçãos.
Hécate é uma Deusa associada à adivinhação e previsão do futuro. Concede aos seus seguidores sonhos e visões que, se corretamente interpretados, possibilitam ver com maior clareza seu caminho.
Na Grécia, Hécate era uma deusa lunar, uma das trindades originais conectada com as três fases da lua. Era também a padroeira das parteiras, do nascimento, da fertilidade, da magia, das riquezas e da educação. Como anciã e parte de uma trindade, é associada à Perséfone (Donzela) e Deméter (Mãe) ou ainda simboliza a força escura da lua, enquanto que Ártemis é associada à lua crescente e Selene à lua cheia.
Essas três Deusas também simbolizam o céu [Selene], a terra [Ártemis] e o submundo [Hecate].
Em sua associação com Perséfone, bem como com a egípcia Heket, está conectada com a morte e regeneração. Sua presença no mundo subterrâneo permitia aos pré-helênicos a esperança do renascimento e da transformação, oposta a Hades, que representava unicamente a morte.
No submundo, Hécate era também conhecida como Rainha dos Mortos. Enviava seus demônios a terra para atormentar os humanos e aparecia com seus cães em encruzilhadas, túmulos e locais onde crimes haviam sido cometidos.
Hecate, acompanhada de uma matilha de 50 cães de caça ou por Cérberos, cão de três cabeças, é adorada onde as estradas se cruzam ou em locais onde haja uma cruz no caminho, especialmente em noites de lua nova. A esses lugares os gregos levavam estátuas de três rostos, chamadas Hecatea e as ofereciam juntamente com banquete ritual. Os viajantes ofereciam sacrifícios a Hécate para que essa os protegesse durante suas viagens.
Cérbero era a contraparte grega de Anúbis, o deus com cabeça de cachorro, filho da deusa da morte, Neftis, que levava as almas ao submundo.
Com sua matilha de cães negros, Hécate visitava os túmulos a fim de levar as almas ao submundo. No submundo, Hécate é aquela que leva os mortos ao caminho que lhes é destinado: os que desafiaram aos Deuses, Hécate conduz ao Tártato; os que não são bons nem maus, leva as pradarias de Asfódelos e os virtuosos leva aos Campos Elíseos.
Hecate é também encarregada da regeneração das almas. É sua guardiã e mestra e as instrui nos ritos ocultos e mágicos, preparando-lhes para a reencarnação.
Com frequência a Deusa aparece com três cabeças: leão, cachorro e égua ou cachorro, serpente e leão. O Hectaraerion, pilar de Hécate, possui três cabeças e seis braços portadores de três tochas e três símbolos sagrados: a chave, a corda e a adaga.
Foi durante a Idade Média que Hecate passou a ser conhecida por Arpia ou Rainha das Bruxas, e teve seus poderes associados à magia negra. Para as autoridades católicas da época, as pessoas mais perigosas eram aquelas que tinham Hecate como protetora: as parteiras, curandeiras e videntes. Em nome da “purificação” da igreja, milhares de pessoas foram torturadas e queimadas na Europa medieval - 80% delas, mulheres.
Hécate é a Deusa profética, de visão clara e conhecimento da magia e das artes ocultas. Nas encruzilhadas, é capaz de ver claramente o passado, o presente e o futuro.
Os rituais de Hecate são celebrados nas horas mais escuras e seus seguidores se reúnem para estudar a sabedoria oculta, a adivinhação, a magia, o tarô, o uso de ervas medicinais e incensos.
Na grande magia das transmutações, Hécate nos ajuda a equilibrar a escuridão do inconsciente, povoado de temores e fantasmas, com nossa imensa reserva de energias criadoras. É a tocha de luz da Deusa nos mostrando o caminho do futuro.
AGOSTO E O NÚMERO 13
O mês de agosto e o número 13 têm sido cercados por inúmeras superstições, algumas delas derivadas de fatos históricos.
Em agosto do ano 79 d.C , Pompéia foi engolida pela maior erupção do Vesúvio. Foi também em agosto de 1572 que Catarina de Médici banhou a França de sangue, mandando à morte cem mil protestantes, na famosa e terrível noite de São Bartolomeu.
A Primeira Guerra Mundial teve início em agosto de 1914 e, em agosto de 1945, as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram devastadas pela bomba atômica.
Em 13 de agosto de 1961, se iniciava a construção do Muro de Berlim, que separaria por quatro décadas a Alemanha.
No Brasil, agosto não foi um bom mês para seus governantes. O suicídio do Presidente Getúlio Vargas, a renúncia do Presidente Jânio Quadros e a morte de Juscelino Kubitscheck aconteceram nesse mês.
Na antiga Roma, os incêndios de agosto não eram atribuídos ao calor do hemisfério norte, mas ao dragão que pairava sobre a cidade. Na Argentina, agosto é ainda o mês do cachorro louco.
O número 13 também não é visto com bons olhos. Jesus teria sido morto numa sexta-feira 13, depois de se reunir com seus apóstolos para a última ceia.
São 12 os meses do ano, as tribos de Israel, os apóstolos do Cristo e os signos do zodíaco. Portanto, sendo correto o 12, o 13 gera desequilíbrio.
No Tarô, 13 é o Arcano da Morte. Alguns autores temiam tanto a esse Arcano que não o nomeavam.
Na mitologia, 13 de agosto é dia de Hécate, de Ártemis, e é também o dia do nascimento da deusa babilônica Ishtar.

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