A MINHA "DEITADA"

Por umas duas vezes cheguei a fazer um ritual de deitada na umbanda, uma para um reforço especifico, outra para o anjo da guarda, e acho que ainda teve uma terceira que já não me recordo mais.

E eu dizia pro pai de santo: estamos em pleno século 20, não daria para atualizar esta esteira por um colchonete ou uma cama? rsrs, era brincadeira com um fundo de verdade. Claro que a minha reivindicação era absurda, afinal faz parte dos preceitos? Preceitos de quem? Dos escravos? De onde foi adaptada (copiada) a religião. A realidade deles era esta, a nossa, em pleno 2022, já é bem outra. Esta humildade que o povo nem tem, mas acha que dormindo na esteira e tomando banho frio vai adquirir, está longe de fazer morada nas casas de axé (os pais de santo que me perdoem, mas minha opinião é esta). Se eu fosse mãe de santo o filho ia dormir na cama bonitinha e confortável (ou pelo menos no colchonete) e a depuração ia ser somente do espirito e não do corpo, pelo menos não teria que dormir na esteira (quando se consegue dormir né?), nem levantar dali todo torto e cheio de dor nas costas para provar  que está em comunhão com a espiritualidade, nem que tem  respeito ou amor pelos orixás. 

Eu sou uma ET. Não consigo achar nas convencionalidades nada de lindo. A espiritualidade é mágica, é fascinante, é surpreendente, mas não nos cobra metade do que o homem convencionou cobrar. E é por estas e muitas outras que eu continuo sendo uma "religiosa sem religião".

Eu queria muito tirar uns dias para me energizar, questionei procurar algum lugar, depois pensei, vou sair do meu habitat para que? Vai ter que continuar valendo para mim que a espiritualidade virá até mim se assim eu me permitir, sem eu ter que necessariamente buscar ajuda "externa".

Daí preparei um quarto da minha casa que tem uma pequena suíte para fazer minha "deitada", minha reclusão parcial. Limpei muito bem, incensei, espalhei ervas secas pelo chão e pelo colchão.

Na hora que espalhei as ervas evitei colocar muitas no lugar que eu deitaria, mas mesmo assim deu ruim, rsrs, tive que forrar de novo com uma colchinha branca grossa pq as ervas ficaram me pinicando, problema resolvido. Nos dois primeiros dias (de 31 para 1 e de 1 para hoje, na verdade até agorinha a pouco) dormi demais, só acordava para comer, ir no  banheiro e tomar banho. O corpo parece ficar dormente e o sono vem fácil, sem sacrifício nenhum, as  vzs o sacrificio é levantar. Estou mantendo o celular desligado, ligo as vzs. Contato zero com pessoas. Falo o indispensável no whats. O  restante do tempo acordada é para ouvir os pontos, louvar os orixás, pedir intercessão e me sintonizar. Acordei duas vzs cantando um ponto, uma vez da Rosa Caveira, outra vez da Padilha. O espirito "amigo" está acampado do meu lado e já não preciso ouvir meditação para que ele se manifeste, basta eu chamar. Não consigo saber quem é, mas isto não me incomoda, pelo fruto se reconhece a arvore. Continua presente e trabalhando todos os meus chacras, na falta da presença dos homens, estou tendo um espirito amigo para me acompanhar, posso pedir mais?

A cada dia escolho um orixá para me sintonizar, pretendo permanecer assim até domingo e voltar a trabalhar na segunda, se bem que o certo seria manter uns dias de quietude, mas o trabalho urge, e como estou gostando muito desta experiência, farei ao menos uma vez por mês, em uma sexta, sábado, domingo, este "retiro espiritual".

Estas flores, que encomendei para Iemanjá, coloquei do meu lado na cama e as primeiras comidas foram estas brancas, todas poucas e simbólicas, só a da taça com a rosa azul foi de uma ciganinha, que pediu para que eu fizesse um padê para Iemanjá! rsrs. Tolinha, para Iemanjá não se faz padê, para o sentido que vc pediu este arroz doce servido na taça te serve mais e tem complemento este trabalho. Aguarde que ainda irei postar, como não quero me demorar muito por aqui, por hoje está bom, amanhã tem mais! Espero que os primeiros dias de 2022 estejam sendo tão especiais para vcs, como estão sendo para mim. 💋